São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Planalto cancela ida de FHC ao Araguaia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA AGÊNCIA FOLHA

O Palácio do Planalto anunciou, no início da tarde de ontem, o cancelamento da viagem do presidente Fernando Henrique Cardoso para Conceição do Araguaia, no sul do Pará. No lugar, FHC irá para Carajás —cidade nascida num projeto administrado pela estatal Vale do Rio Doce.
Segundo a assessoria de FHC, o cancelamento deveu-se a motivos técnicos. Entre eles, a impossibilidade de atendimento de linhas telefônicas para a imprensa e assessoria dos nove governadores da região Norte e à dificuldade de acesso à região.
Inicialmente, a previsão é que a viagem abrangesse as duas cidades. Por gerar dificuldades operacionais —especialmente segurança e telecomunicações—, foi mantida apenas uma opção. A mudança de roteiro foi definida pela assessoria pessoal do presidente.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e partidos de esquerda estavam organizando uma manifestação contra a reforma na Previdência e a privatização da Vale do Rio Doce para a chegada do presidente a Conceição do Araguaia.
Antes de saber da mudança, o deputado José Carlos Lima (PT), 37, disse que a Assembléia do Pará havia recebido informação extra-oficial de que FHC limitaria a visita à Serra dos Carajás.
A mudança na agenda serviria para evitar o contato com manifestações como as que ocorreram na semana passada em Brasília e Fortaleza (CE).
"Lá (na Serra dos Carajás) é inviável qualquer protesto", disse Lima. "Só existe uma estrada de acesso e há guaritas com seguranças por toda a parte."
O presidente da CUT do Amazonas, Odilon Pereira, disse ontem que teme atos de violência contra possíveis manifestações durante a visita de FHC a Manaus. Por causa disso, ele disse achar difícil a ocorrência de manifestações.
A Agência Folha apurou que está sendo montado um forte esquema de segurança em Manaus, para a visita.
O esquema será organizado pelo Exército com participação das polícias Federal, Civil e Militar. O efetivo será definido hoje.
O secretário de Segurança do Estado, Klinger Costa, disse não acreditar que ocorram manifestações durante a visita. "Temos que recebê-lo bem, senão ele pode acabar com a Zona Franca", disse.

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