São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Ministério afirma que compra de soro foi legal

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ministério afirma que compra de soro foi legal
O Ministério da Saúde afirmou ontem, em nota à imprensa, que a licitação realizada em novembro do ano passado para a compra de soro fisiológico foi legal.
A Folha revelou ontem que a Ceme (Central de Medicamentos do Ministério da Saúde) comprou 15,7 milhões de frascos de soro por R$ 14,5 milhões, pagando o dobro do preço de mercado.
A Ceme comprou o soro depois de concorrência pública, da qual participaram sete laboratórios. Cinco venceram —cada um ganhou o direito de distribuir o medicamento em uma região do país.
Segundo o ministério, foi usado, para calcular o preço do soro, o índice de preços oficial da indústria farmacêutica, o Brasíndice. Na época da compra, o Brasíndice do soro era R$ 0,95 reais o frasco, segundo a nota do ministério.
O valor pago pela Ceme sofreu pequenas variações nas regiões, mas o custo médio do soro foi de R$ 0,92 pelo frasco de 500 ml.
A Folha obteve cópias de notas fiscais mostrando que os mesmos laboratórios comercializaram o produto para hospitais cobrando cerca de R$ 0,40 pelo frasco.
O laboratório JP Indústria Farmacêutica, de Ribeirão Preto (SP), por exemplo, vendeu para a Ceme 4,7 milhões de frascos de soro para distribuição na região Sudeste, cobrando R$ 0,84 por unidade.
O mesmo laboratório vendeu 60 frascos para uma empresa de Araxá (MG) por R$ 0,39 a unidade.
O presidente Fernando Henrique determinou ontem que o ministro da Saúde, Adib Jatene, apurasse as denúncias. "O presidente tem certeza de que o ministro Jatene tomará as medidas necessárias", disse ontem o porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral.

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