São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Frete pode ficar 80% mais caro no Paraná

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O presidente do Setcepar (Sindicato das Empresas Transportadoras de Carga do Paraná), Areli Teixeira de Lara, diz que o preço do frete agrícola deverá estar até 80% mais caro no início de abril, em comparação com o início de março.
Segundo Lara, a alta poderia ocorrer devido à previsão de aumento de na safra brasileira e às operações de transporte para o Mercosul.
"Estes dois fatores estão provocando a falta de caminhões para transportar a safra", disse Lara.
Segundo ele, o preço do frete estava 40% mais caro em meados de março em relação ao mesmo período do ano passado.
"O mercado está aquecido porque o Paraguai e Mato Grosso do Sul já iniciaram suas colheitas".
Como exemplos, Lara citou os preços dos fretes de Cascavel a Paranaguá (600 km de distância) e Londrina a Paranaguá (484 km). O primeiro variava, na metade deste mês, entre R$ 12 e R$ 13/t; o segundo entre R$ 10 e R$ 11/t.
Lara atribuiu o aumento do frete à redução entre 30% e 40% na produção de caminhões pelas montadoras.
"As montadoras estão entregando caminhões com atrasos de 90 dias".
No setor ferroviário, o custo do frete varia entre US$ 9 e US$ 20/t.
Flávio Zanatta, da área de circulação da Rede Ferroviária Federal no Paraná, disse que entre 90% e 95% da safra poderiam ser transportados por trem caso não houvesse falta de locomotivas.
"Das 230 locomotivas que dispomos, 40% estão em manutenção", disse Zanatta.
Mesmo assim, a Rede Ferroviária Federal é responsável pelo transporte de 70% da safra da região norte do Estado para o porto de Paranaguá.
A safra, segundo ele, é transportada em vagões graneleiros e semigraneleiros. Diariamente, 400 vagões descem a serra em direção ao porto.

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