São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Falta de armazéns preocupa agricultores

MYRIAN VIOLETA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A maioria dos armazenadores da região Centro-Oeste deve ao governo, o que impede que eles sejam credenciados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para receber os produtos da safra 94/95.
Vilmondes Castro, gerente operacional da Conab, define a situação como crítica.
Os armazenadores estão sendo convocados para renegociar as dívidas e regularizar a situação.
O assessor de planejamento da Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Goiás, Alberto Cordeiro, diz que se não forem credenciados mais armazéns, a expectativa é de abarrotar os que estão regularizados.
Além da inadimplência, outro problema diz respeito aos estoques de grãos remanescentes das safras 92 e 93, que estão em início de processo de deterioração.
Como os grãos novos não podem ser misturados com o produto estragado, pois provocaria perdas, os armazéns ficam com espaço ocioso.
Os estoques remanescentes também são motivo de preocupação no Triângulo Mineiro.
O atraso na remoção do milho nos armazéns da Companhia de Armazéns e Silos de Minas Gerais está provocando revolta entre os produtores da região de Carmópolis.
No Rio Grande do Sul, a Conab decidiu fazer credenciamento emergencial de armazéns, dispensando exigências técnicas como controle de temperatura e ventilação.
Segundo o presidente da Federação das Cooperativas de Arroz (Fearroz), André Barretto, só no âmbito da entidade é preciso remover 120 mil t de arroz.
O superintendente da Conab no Estado, Antônio Ávila, diz que o estoque de outros grãos, como milho e trigo, não representa problema.
No Paraná, o chefe do Departamento Econômico da Organização das Cooperativas do Estado, Nélson Costa, diz que a falta de armazéns prejudica produtores de soja e milho.
Segundo Costa, a capacidade total de armazenagem no Estado é de 11 milhões de t, sendo 9 milhões de t em armazéns credenciados para operar com o Banco do Brasil e Conab.
Ele afirma que os armazéns ainda estão com 2 milhões de t de safras antigas (milho e trigo).
"Restam apenas 7 milhões de t de capacidade. Só que temos 7,5 milhões de t de milho e 5,3 milhões de t de soja que estão sendo colhidos".

Colaboraram os correspondentes da Agência Folha em Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba.

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