São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Americano irriga sertão

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

O norte-americano Robert Steve Krasnow, 50, tornou-se, em quase três décadas, um dos mais bem-sucedidos produtores rurais da Paraíba.
Técnicos da Secretaria da Agricultura do Estado o consideram um produtor modelo em área reduzida.
Sua fazenda de 100 hectares fica em São Bento (444 km a noroeste de João Pessoa), no Sertão. Ele produz o ano todo, entre três e quatro safras de feijão.
Dependendo dos preços e das necessidades do mercado, Krasnow pode produzir também três ou quatro safras de arroz, milho e algodão por ano. Condições para isto não faltam.
Ele faz irrigação com água do rio Piranhas, perenizado pelo açude de Coremas, um dos maiores do NE, com 1,35 bilhão de metros cúbicos.
"Eu não fico esperando a chuva cair, como fazem muitos agricultores. Eu vou buscar água onde ela está", diz.
Na sua fazenda, Krasnow construiu 5.000 metros de canais. Cerca de 700 mil litros de água são coletados do rio por cinco motores-bomba e levados por 70 metros de cano de PVC até o canal. A água desce por gravidade e irriga toda a fazenda.
Krasnow produz feijão, milho, arroz e algodão para os mercados da Paraíba e Rio Grande do Norte, sementes selecionadas para o governo paraibano, além de banana e coco.
No início de março, o norte-americano se preparava para colher a primeira safra de feijão do ano. São 120 t em 40 ha plantados. Ele deu preferência ao feijão por causa do preço.
Krasnow não planta nada aleatoriamente. Antes, ele faz uma pesquisa para saber que produto será mais rentável. "Hoje está compensando plantar feijão. Arroz e milho estão com preços em baixa".
Quando terminar a colheita de feijão, ele vai plantar 40 ha de melancia e 75 dias depois de colher as frutas, plantará mais duas safras de feijão.
No final do ano, ele pretende plantar milho e algodão. Krasnow explica que o plantio de culturas diferentes em períodos diferentes (rotação de cultura) é importante para evitar pragas e doenças e permitir maior produtividade.
A produtividade do feijão este ano, por exemplo, chegará a 3.000 quilos/ha. O feijão para semente deverá atingir 1.800 quilo/ha.
O agricultor vai vender o feijão nas Ceasas (Centrais de Abastecimento) de Campina Grande (PB), João Pessoa (PB) e Natal (RN).
Nos oito ha plantados com bananeiras, o norte-americano espera colher, até o fim do ano, 15 t. No próximo ano, a produção será duplicada. A área plantada está sendo ampliada para 40 ha.
Ele não diz quanto espera lucrar este ano. Mas planeja investir os lucros na fruticultura, piscicultura e criação de camarão.

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