São Paulo, terça-feira, 28 de março de 1995
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Governo quer evitar novo depoimento de Pérsio Arida

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo quer evitar um novo depoimento do presidente do Banco Central, Pérsio Arida, sobre as denúncias de vazamento de informações ao mercado de câmbio.
A sessão secreta na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, inicialmente marcada para esta semana, não deverá acontecer.
A idéia é trocar a sessão no Senado —que provavelmente acabaria vazando à imprensa— pelo fornecimento dos dados sobre as operações do mercado à Procuradoria-Geral da República.
Segundo a Folha apurou, o governo e a maioria dos senadores da comissão preferem poupar Arida. Dos 27 membros da comissão, 22 são governistas.
Hoje, Arida abrirá seminário comemorativo dos 30 anos do BC, amanhã participa da reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) e na quinta deverá falar sobre o Banerj na Câmara.
No BC, a ordem é evitar mais repercussões sobre o suposto vazamento de informação. No momento, investiga-se quem passou ao senador José Eduardo Dutra (PT-SP) os dados sobre as compras à vista de dólar de 37 bancos.
Arida determinou à comissão interna de sindicância —formada por três funcionários do BC— que os resultados da investigação não sejam passados aos jornais. Avalia-se, porém, que será difícil encontrar o culpado.
Ironicamente, um dos temas do seminário do BC hoje é a política cambial. O painel de debates será mediado pelo diretor de Assuntos Internacionais do banco, Gustavo Franco, que diverge de Arida sobre a condução do câmbio.

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