São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 1995
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Gros e Loyola criticam 'quarentena'

GUSTAVO PATÚ; ALBERTO FERNANDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois ex-presidentes do Banco Central, Francisco Gros —que hoje trabalha no banco Morgan Stanley— e Gustavo Loyola —da consultoria MCM—, criticaram ontem as propostas de proibição para ex-dirigentes do BC de trabalharem no mercado financeiro antes e depois de ocuparem cargos no banco.
Existem dois projetos neste sentido em tramitação no Congresso.
Segundo Gros, não há "quarentena" na Alemanha, Suíça, Japão, Inglaterra e Itália: "Estamos bem acompanhados".
Nos países que adotam restrições à saída de dirigentes do BC para o mercado, existem compensações, disse Gros.
Gustavo Loyola disse que é "contra qualquer forma de reserva de mercado para que apenas funcionários do BC ocupem as diretorias".
Câmbio
O economista Armínio Fraga, ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, disse ontem que o governo está "testando" nova política cambial, com o valor do dólar mais flexível e metas "menos ambiciosas" para a inflação.
Fraga é diretor para países emergentes do Soros Fund, a corretora do megaespeculador George Soros. Foi sondado para compor a equipe econômica e tem sido consultado sobre câmbio pela equipe.
O recado de Fraga: o cenário mais favorável para o governo no momento —e que ele diz estar sendo adotado— é um abandono parcial da chamada "âncora cambial" (estratégia de combate à inflação baseada na desvalorização do dólar) para evitar uma perda excessiva de dólares.
(Gustavo Patú e Alberto Fernandes).

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