São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 1995
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Funcionários apontam falhas

DA FOLHA VALE

O presidente do Sindicato dos Funcionários e Servidores do Complexo Penitenciário do Vale do Paraíba e Litoral Norte, Marcos Roberto Marcon, afirmou que a rebelião no Presídio 1 de Tremembé aconteceu por "uma falha" da administração do presídio.
Negociação entre a diretoria da prisão na última sexta-feira teria permitido que as celas ficassem abertas durante o horário de visita.
O diretor da Penitenciária 1, Carlos Aberto Duarte, passou o dia de ontem dentro do presídio e não pôde falar com a Folha sobre as acusações do sindicato.
Segundo Marcon, quando houve a primeira rebelião, na última sexta-feira, o diretor do presídio havia negociado com os presos mudanças no horário de visitas.
Pelo acordo com os presos, o horário de visitas mudou das 8h às 16h para das 7h30 às 16h30. Na nova negociação, foi incluída visita aos sábados. As visitas eram permitidas apenas aos domingos.
Marcon afirmou que a direção do presídio também teria acertado com os presos que as celas ficariam abertas durante as visitas.
"Isso facilitou a movimentação dos presos, que se espalharam por todo o presídio e dominaram os funcionários".
Segundo informações de agentes do presídio, estas visitas só eram permitidas nas celas com portas fechadas.
O assessor de comunicação da Secretaria de Assuntos Penitenciário do Estado, Dermi Azevedo, disse que a secretaria não tinha informações sobre isso.
Teriam participado das negociações com os presos na sexta-feira o juiz corregedor dos Presídios do Estado de São Paulo, Ivo de Almeida, o coordenador da Coesp (Corregedoria dos Presídios do Estado de São Paulo), Lourival Gomes, além do diretor do presídio.
Outro fato apontado por Marcon que teria facilitado a segunda rebelião foi a falta de revista no presídio após o primeiro motim.
Entre sexta-feira e domingo, a PM e a direção do presídio não haviam feito buscas nas celas para apreender possíveis armas usadas pelos presos durante a rebelião.

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