São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 1995
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Economistas aconselham ajuste cambial

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Economistas influentes junto à equipe do ministro Pedro Malan (Fazenda) estão defendendo novas desvalorizações do real.
A medida causaria inflação, mas seria necessária para evitar perdas excessivas de reservas.
A equipe de Malan tem ouvido estes argumentos dos economistas André Lara Resende (um dos mentores do Plano Real), Armínio Fraga (ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central) e Gustavo Loyola (ex-presidente do BC).
Todos eles são afinados com os economistas do governo. Lara Rezende foi membro da equipe até a elaboração do Real. Fraga e Loyola foram sondados para compor o atual governo no final de 94.
A desvalorização do real provocaria inflação porque reduziria o volume das importações e, consequentemente, deixaria o mercado interno desabastecido.
Estes economistas defendem a flexibilização da chamada âncora cambial —estratégia de combate à inflação baseada na valorização da moeda nacional frente ao dólar, base do Plano Real.
É uma visão "pragmática", segundo os economistas: é melhor abrir mão da meta de 25% para a inflação deste ano do que correr o risco de terminar o ano com perdas superiores a US$ 10 bilhões nas reservas em dólar do país.
"Se é necessário desvalorizar, deve-se desvalorizar, não há a menor dúvida", disse ontem Lara Resende em seminário promovido pelo BC, de que também participaram Loyola e Fraga.
Segundo os economistas, as economias latino-americanas perderam credibilidade após a crise do México. A solução seria fazer logo a desvalorização para estancar a fuga de capitais e estimular exportações.

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