São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 1995
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Números preocupam o BC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os números sobre a saída de dólares do país têm tornado o Banco Central sensível à possibilidade de mais desvalorização do real.
Eem março, mesmo com a alta do dólar de R$ 0,85 para R$ 0,90, o ritmo de perda de divisas ficou na casa de US$ 1 bilhão por semana.
A tese dos economistas André Lara Resende, Armínio Fraga e Gustavo Loyola aproxima-se do modelo de política cambial adotado no Chile.
Como aqui, os chilenos fixam limites mínimo e máximo para o valor do dólar —as bandas cambiais. A diferença é que lá as bandas são móveis e podem ser elevadas.
Hoje o Brasil adota bandas para o dólar —piso de R$ 0,88 e teto de R$ 0,93— que são, a princípio, fixas.
O objetivo das bandas —elevar o saldo comercial— não foi atingido. No mercado de câmbio, as exportações têm superado as importações em apenas cerca de US$ 200 milhões em março. Já a fuga de capital especulativo ultrapassa os US$ 4,2 bilhões.
As reservas em dólar do BC, que já foram de US$ 43 bilhões em setembro passado, hoje são estimadas em cerca de US$ 30 bilhões.
É um patamar confortável, mas o volume está em queda. É consenso no governo que os números de março não podem se repetir.
Como há expectativa de desvalorização do real, exportadores retardam o fechamento de contratos e os importadores antecipam as compras no exterior.

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