São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 1995 |
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Balé Nacional da Ucrânia deve se apresentar este semestre no Brasil
ANDRÉ FONTENELLE
Atualmente com espetáculo em Paris, no Palais des Congrès, o balé deve fazer uma turnê sul-americana em junho. As datas e cidades ainda não foram acertadas, mas é provável que o giro comece pelo Rio de Janeiro. A viagem depende da solução de problemas de transporte dos 150 integrantes. A companhia, também conhecida como Balé Virski, recebeu acolhida favorável da crítica francesa. "Um sonho ofuscante. É o espetáculo popular ideal, como só se vê a cada 10 ou 20 anos", definiu o jornal "Le Figaro". Além das coreografias originais, o sucesso vem do luxo das fantasias e do talento acrobático dos bailarinos —são constantes os saltos mortais e outras piruetas. A existência de importantes minorias —russa, romena, entre outras— transforma as coreografias em uma mescla das danças tradicionais do Leste Europeu. O Balé Virski foi criado com o nome de Companhia Nacional da Ucrânia, em Kiev, em 1937, por Paul Virski, ex-bailarino clássico e coreógrafo da Ópera de Odessa. Rapidamente se tornou um dos grupos folclóricos mais famosos do mundo, ao lado do balé de Igor Moisseiev, em Moscou. Nem a Segunda Guerra Mundial interrompeu as atividades da companhia. Soldados na frente de batalha chegaram a integrar o balé. Virski introduziu aos poucos elementos do balé clássico na dança folclórica. Seu sucesso lhe valeu títulos como o de Artista do Povo Soviético. Desde 1980, o grupo é dirigido pelo coreógrafo ucraniano Miroslav Vantoukh. Hoje seu repertório é composto por coreografias originais de Virski e de Vantoukh. Dificuldades Com o fim da URSS, em 1991, o balé Virski tem vivido os últimos anos com dificuldades, devido à redução das verbas estatais. Companhias importantes desapareceram. O Balé Nacional é um dos poucos que ainda recebem ajuda governamental, mas teve que multiplicar os espetáculos no exterior, para obter recursos. Depois da França, a companhia deveria se apresentar na Espanha, onde realizou excursão no ano passado. A viagem, no entanto, foi cancelada e o grupo retorna a Kiev em abril.(André Fontenelle) Texto Anterior: Conferência reúne ortodoxia freudiana Próximo Texto: Folha recebe 1.758 ligações sobre prêmio Índice |
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