São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 1995
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Guia da Safra; Recorde de tiragem; Conta que não fecha; Crise da educação; Licença não-remunerada; Reforma da Previdência; Os donos do poder; Entrevista de Giap; Uma só Justiça; Pérsio Arida; Que o Piauí seja aqui!

Guia da Safra
"Excelente o Guia da Safra publicado na edição de 28/03 da Folha. Instrumento indispensável para executivos do agrobusiness. Parabéns!"
Derli Forti, diretor industrial da Parmalat (São Paulo, SP)

Recorde de tiragem
"Parabenizamos com satisfação esse jornal pelo novo recorde de tiragem, histórico na imprensa brasileira."
Wilson Grejo e Jorge Sawaya Jr., da Price Waterhouse (São Paulo, SP)

Conta que não fecha
"Apresentamos nossos cumprimentos à Folha pelo editorial 'Abobrinhas', publicado no último sábado. Enquanto entidade que representa mais de 40 mil empresas do setor imobiliário e condomínios no Estado de São Paulo, destacamos o parágrafo que se refere à questão do encarecimento dos financiamentos habitacionais, que 'começa a constranger a administração federal'. Essa questão vem há tempos sendo objeto de gestões do Secovi-SP. O governo mantém contratos, salários etc. com reajustamento anual e os saldos devedores do Sistema Financeiro da Habitação atrelados à TR, com variação mensal. É evidente que, nessas condições, não há conta que feche. Solução para o problema também há tempos vem sendo prometida. Quem sabe agora, em face do citado 'constrangimento' governamental, ela apareça."
Ricardo Yazbek, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo —Secovi-SP (São Paulo, SP)

Crise da educação
"A preocupação do jornalista Clóvis Rossi com a decadência do ensino público, expressa em sua coluna do dia 29/03, é a mesma de todos nós. Inverteram-se as prioridades: o custo para a sociedade do subsídio por aluno é 18 vezes maior no ensino superior (US$ 2,5 mil estudante/ano) do que no primário (US$ 149 estudante/ano). A revisão constitucional em curso ameaça drenar recursos dos municípios, que cuidam prioritariamente do ensino básico. Isso vai contra a lógica administrativa, favorece a corrupção e posterga a resolução das distorções."
Celso Giglio, prefeito de Osasco (Osasco, SP)

Licença não-remunerada
"O quadro publicado na pág. 1-8 da edição de 26/03 dá a entender que o senador Pedro Piva (PSDB-SP) faltou a 11 dias de trabalho no Senado —de 24/02 a 06/03. Na realidade, durante o referido período (que engloba o Carnaval) foram realizadas apenas quatro sessões. A estas, de fato, o senador não compareceu em razão de compromissos assumidos no exterior antes de sua posse. Cabe esclarecer que para as mesmas o senador Piva solicitou previamente licença não-remunerada."
Pedro Del Picchia, assessor do senador Pedro Piva (Brasília, DF)

Reforma da Previdência
"Somente hoje pude ler o artigo intitulado 'De susto em susto', de Clóvis Rossi (edição de 23/03). Fui o único membro do PFL a votar pelo desmembramento da emenda do governo, sem, entretanto, pretender dar qualquer recado à pessoa alguma, mas apenas por considerá-la imperfeita e por achar que o tema referente à seguridade social precisa envolver um número maior de parlamentares na sua análise e decisão. Isso vai acontecer à medida que se formarem outras comissões especiais para debater o conteúdo e o mérito das novas emendas desmembradas. A questão da Previdência mexe diretamente com milhões de pessoas, notadamente as que mais precisam da atuação dos seus representantes políticos."
Jair Siqueira, deputado federal pelo PFL-MG (Belo Horizonte, MG)

Os donos do poder
"O brilhante artigo 'AI-95', de Janio de Freitas, do último domingo, é prova insofismável de que permanece viva a consciência crítica nacional. A nova direita, que herda a face cruel dos senhores de engenho e os traços sombrios dos autores do AI-5, não fará vergar os homens de bem deste país."
Luciano Zica, deputado federal pelo PT-SP (Brasília, DF)

Entrevista de Giap
"A Folha, na edição de domingo último, dedicou um caderno especial para relembrar a guerra do Vietnã. Além de uma reportagem ilustrativa e completa sobre essa guerra, a Folha conseguiu a proeza, um verdadeiro furo mundial, de realizar uma entrevista exclusiva com o general Giap. E as opiniões do velho combatente são da maior importância. A Folha nos brindou com matéria que só se encontra nos melhores jornais do planeta."
Zeno Veloso (Belém, PA)

Uma só Justiça
"O artigo 'Uma só Justiça' (14/03) não corresponde à realidade. Nele o jornalista Luiz Caversan afirma que será julgado na Justiça Militar o policial militar que vier a atropelar um pedestre utilizando o seu carro particular. Em primeiro lugar, a condição de policial militar do réu, por si só, não fixa a competência da Justiça especializada. No exemplo imaginado, ainda que o policial militar esteja de serviço, dirigindo viatura oficial, competente será a Justiça Comum para julgá-lo, conforme o enunciado da súmula nº 6, do Superior Tribunal de Justiça. Era o que cumpria esclarecer."
Enio Luiz Rossetto, juiz auditor do Tribunal de Justiça Militar (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Luiz Caversan — O esclarecimento do juiz só reafirma a discrepância e suscita a dúvida: por que o policial que atropelasse alguém com sua "viatura oficial" seria julgado pela Justiça Comum e o que mata alguém com sua arma é julgado pela Justiça Militar?

Pérsio Arida
"Tinha resolvido não mais escrever comentários inúteis aos jornais. Porém a coluna 'O destino de Arida', de Gilberto Dimenstein, de 24/03, grita por uma resposta. Existem situações em que —mesmo que seu raciocínio seja lógico— o colunista deve ficar calado. A opinião de Gilberto fornece combustível para os irresponsáveis maquiavéis brasileiros. Para queimar os adversários, basta inventar mentiras."
Hanns John Maier (Ubatuba, SP)

"Arida está mais pra Grilo Falante do que pra presidente do BC."
Hely Heck (Ribeirão Preto, SP)

Que o Piauí seja aqui!
"O pequenino município Colônia do Piauí, com seus 7.000 habitantes, dá lição de modernidade a todo o Brasil, comprovando que é perfeitamente possível um travesti (Kátia) ser o segundo vereador mais votado, ser 'muito respeitado' pelo seu conterrâneo senador Hugo Napoleão, ser disputado pelos padres da região para filiar-se ao PT. Parece até que estamos em San Francisco! Que o Piauí seja aqui!"
Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia (Salvador, BA)

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