São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 1995
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Phnom Penh retoma sua beleza original

CLAUDIO WAKAHARA

Capital cambojana, em reconstrução após anos de conflitos, abriga templos budistas e museu com peças khmer
Free-lance para a Folha
A capital do Camboja, Phnom Penh, encontra-se hoje em intenso processo de reconstrução.
Parcialmente destruída e praticamente desabitada após o período de repressão e guerras, nas décadas de 70 e 80, a cidade procura um caminho para voltar a viver e reconstruir a imagem que a consagrou como uma das cidades mais alegres do Sudeste Asiático.
Devido a esse esforço, muitos pontos da cidade já se encontram restaurados e plenos de sua beleza original.
O Museu Nacional de Belas Artes, localizado em um edifício em estilo khmer da década de 20, mantém uma impressionante coleção de arte antiga.
As peças apresentadas -esculturas, utensílios domésticos etc.- são uma amostra representativa da arte khmer. Datam, em sua maioria, do séc. 6º ao séc. 15 e são procedentes de várias regiões do Camboja.
As ruas em torno do Museu Nacional de Belas Artes são um excelente lugar para se adquirir reproduções das esculturas de Angkor, em pedra e madeira, feitas à mão. Uma procura árdua pelos melhores preços e artesãos é largamente recomendável.
O Pagode de Prata, ou Wat Preah Keo, conta com variadas imagens de Buda esculpidas em esmeralda e outras tantas revestidas em ouro. Seus degraus foram talhados em mármore italiano e no piso foram utilizados mais de 5.000 blocos de prata.
O Mercado Municipal, em estilo khmer moderno, vende camisetas com motivos turísticos, jóias, cassetes de música cambojana atual e bugigangas em geral.
Choeng Ek e S-21, partes integrantes do sistema de extermínio do Khmer Vermelho, tornaram-se museus e têm sua visitação amplamente recomendada pelos gerenciadores do turismo local.
À parte o circuito especificamente turístico, Phnom Penh apresenta marcas urbanas bastante diferenciadas.
Os táxis-bicicleta ("saamlors") são uma marca da capital, mas vêm sendo lentamente substituídos por ciclomotores.
As "táxi-girls", prostitutas que circulam pelas ruas vestidas de pink em lambretas, abundam e constituem uma tradição na cultura cambojana.
As pequenas barracas que servem refeições à beira das calçadas representam uma experiência única de paladar (principalmente se você não fala khmer).
E é essa dinâmica de reorganização do caos que confere à cidade uma atmosfera única, surpreendente, tornando a visita a Phnom Penh um período verdadeiramente diferenciado de sua viagem ao Sudeste Asiático.

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