São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 1995
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Covas diz ter encontrado 4 mil fantasmas

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O censo do funcionalismo público do Estado de São Paulo realizado pelo governo Mário Covas (PSDB) encontrou cerca de 4.000 servidores fantasmas, segundo o secretário da Administração, Miguel Reale Jr.
Segundo ele, os formulários desses supostos funcionários foram entregues em branco ao governo ou nem foram devolvidos pelas chefias diretas desses servidores.
Esses dados, que se referem à administração direta (secretarias), autarquias e Polícia Militar, foram fornecidos ontem pelo secretário em entrevista no Palácio dos Bandeirantes e são preliminares.
Os números exatos devem, de acordo com Reale, estar prontos até a próxima semana: "Só falta fechar alguns números. Estamos tomando todos os cuidados para evitar erros".
Reale não soube informar em qual secretaria havia o maior número de servidores que não compareciam ao trabalho ou com destino profissional desconhecido.
Servidores
O censo apontou também que o Estado tem hoje trabalhando só na administração direta e nas autarquias, onde o censo foi realizado, cerca de 620 mil servidores.
Após o primeiro mês de governo, portanto antes da realização do censo, Covas havia informado, com base em números do antigo governador, que, nessas duas áreas do funcionalismo, existiam 580 mil servidores.
Demissão voluntária
O governo Covas espera que a Assembléia Legislativa trabalhe rápido no projeto que cria o programa de demissão voluntária na administração direta e nas autarquias estaduais.
O projeto está na Assembléia em caráter de urgência. Pelo projeto, funcionário estável com até dez anos de serviços prestados que pedir demissão vai receber compensação em dinheiro.
Segundo o secretário da Administração, o teto de incentivo a funcionários com no máximo dez anos de serviço se impôs porque o Estado não tem caixa para indenizações muito elevadas.
Número incerto
Reale não soube estimar o número de funcionários que podem aderir ao programa.
Se atingir o índice de 10%, considerado pelo governo excelente, cerca de 62 mil pessoas estariam se demitindo por livre e espontânea vontade.

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