São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 1995
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Ministro quer reduzir índice de mortalidade

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Os secretários estaduais de Saúde do Nordeste definiram ontem, em Recife (PE), um projeto unificado para tentar reduzir o índice de mortalidade infantil na região.
Segundo o ministro da Saúde, Adib Jatene, que assinou o documento com as diretrizes gerais do programa, a meta é diminuir em 50% o índice de mortalidade infantil nos próximos quatro anos.
Dados divulgados no encontro revelam que de cada mil crianças nascidas no Nordeste, 63,3 morrem antes de completar um ano. A média é de 166 mortes por dia. No Sudeste, a taxa é de 32 mortes em mil nascimentos e nos países desenvolvidos, de dez em mil.
O Estado de Alagoas registra o maior índice de mortalidade infantil na região, com 90 mortes em mil nascimentos. Para tentar reverter a situação, foram definidas estratégias que incluem até a articulação com segmentos informais de saúde, como as parteiras e "rezadeiras" (pessoas que oram pela saúde dos pacientes).
Muito difundidas no Nordeste, elas passariam a receber noções gerais de saúde e se tornariam difusoras dessas informações.
O plano de ação prevê ainda a criação de comitês estaduais e a reordenação dos recursos disponíveis para priorizar os trabalhos previstos no projeto.
"A base será o cuidado com a gestante, a criança, a melhoria da cobertura vacinal e a suplementação alimentar", afirmou Jatene. Haverá ainda, segundo o ministro, incentivo à mobilização de agentes comunitários, complementada por ações de saneamento básico. Jatene disse que ainda não tem como avaliar qual a necessidade de recursos para o programa.
Para a subsecretária de Saúde do Ceará, Francisca Maria Andrade, é possível obter bons resultados apenas com o ordenamento dos recursos disponíveis.
O Ceará, premiado pela Unicef por conseguir reduzir o índice de mortalidade infantil, mantém hoje 8.700 agentes de saúde em 182 de seus 184 municípios."O combate à mortalidade infantil depende basicamente de dois ingredientes: decisão política e conhecimento técnico", afirmou Andrade.

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