São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 1995
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Transferência garantiu fim do motim

ISNAR TELES; MARCELO GODOY
DO ENVIADO ESPECIAL A TREMEMBÉ E DA FOLHA VALE

A rebelião dos 700 presos da Penitenciária 1, de Tremembé, terminou depois que os presos aceitaram a contraproposta feita pelo secretário de Administração Penitenciária, Belisário Santos Júnior.
A contraproposta definiu a transferência 37 detentos para outros presídios em troca da libertação de 35 reféns.
Santos Junior, 46, recomeçou as negociações com os líderes dos detentos às 8h de ontem.
Às 11h, os jornalistas entraram no presídio, por exigência dos presos.
Os presos liberaram os 12 agentes penitenciários que mantinham como reféns e mais 25 familiares de presos que ficaram no presídio.
A indicação de que a rebelião havia terminado aconteceu por volta das 11h, quando os presos que estavam na torre do presídio exibiram uma faixa onde estava escrito "fim".
O primeiro refém libertado, por volta das 12h30, foi o agente penitenciário Benjamin Pereira da Silva. Ele saiu do presídio de maca.
Silva tem problemas cardíacos, é diabético e hipertenso. Ele teria sido medicado e liberado.
Às 13h30, o último agente foi liberado. Os presos deixaram o presídio por volta das 14h10.
Os familiares que ficaram como refém só foram liberados às 16h. No grupo, de 23 pessoas, havia oito crianças.
Segundo Belisário, os familiares ficaram para garantir que não houvesse incidentes com os presos durante a vistoria que os agentes e PMs fariam nas celas.
A vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Maria Ignês Bierrenbach, disse que tinha um preso esfaqueado ou morto dentro do presídio. A informação não foi confirmada.
(Isnar Teles e Marcelo Godoy)

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