São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 1995
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Malan vai à TV e defende o Plano Real

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia após o aumento do II (Imposto de Importação) de automóveis e eletrodomésticos, o ministro Pedro Malan (Fazenda) fez ontem seu primeiro pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV "para levar uma palavra de confiança no Plano Real".
A alíquota do II aumentou de 32% para 70%. Malan afirmou que o real continua sendo uma moeda forte. Seu pronunciamento durou quatro minutos e 55 segundos e ele disse que a nova alíquota atinge apenas a classe média alta.
O objetivo da elevação do imposto, segundo o ministro, é assegurar o crescimento das exportações, manter sob controle o consumo e garantir um resultado positivo da balança comercial em 1995. Ou seja: exportar mais do que importar.
Malan atribuiu aos "especuladores que buscam o ganho fácil" as notícias de que o governo fará mudanças no câmbio. A política cambial continuará "por muito tempo", conforme o ministro.
"Nós não vamos deixar que estas pessoas coloquem a perder os benefícios que o Plano Real tem trazido para toda a sociedade", afirmou.
Ao defender uma redução no consumo, Malan citou "uma simpática carta" enviada a ele pela "dona Maria Ferreira, do Rio de Janeiro".
Na carta, segundo Malan, ela diz que "é preciso acabar a gastança no país". O ministro alertou os consumidores sobre as promoções oferecidas pelo comércio.
"Você, que me ouve, não se deixe enganar pela aparência do que chamam de suaves prestações mensais. Elas normalmente não têm nada de suaves. Ao invés de gastar agora, aplique seu dinheiro na poupança".
No início do pronunciamento, Malan não deixou de lembrar que a inflação está oscilando entre 1% e 2% ao mês, que o custo da cesta básica é hoje "quase" 10% mais barato do que em 1º de julho do ano passado. "O governo Fernando Henrique não vai se descuidar do Plano Real", disse.
Juros
O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse ontem que o governo adotará "em breve" medidas que tornarão possível a queda da taxa de juros. Malan não adiantou as medidas.

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