São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 1995
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Índices das Bolsas e dólar comercial caem

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As cotações do dólar comercial caíram ontem após o anúncio das medidas de aumento de custo das importações.
Os importadores de carros se retraíram e os exportadores voltam a fechar câmbio com ritmo mais acelerado. Os juros estão altos e não se espera a curto prazo que haja uma alta expressiva nas cotações do dólar.
A cotação do dólar comercial caiu de R$ 0,909 no dia anterior para R$ 0,897 no fechamento de ontem.
As medidas foram bem recebidas no mercado internacional. Os títulos da dívida externa brasileira (C-Bonds) valorizaram-se, em média, de 36,50 centavos de dólar na véspera para 37,87 ontem.
A queda nas importações de carros deve estancar um pouco a sangria de dólares. Havia fortes saídas de recursos para o exterior, reduzindo as reservas internacionais brasileiras. Do ponto de vista dos credores, há a perspectiva do Brasil ter melhores condições de pagamento na dívida externa e maior equilíbrio nas contas internacionais do país.
No mercado de renda fixa, as taxas de juros dos Certificados de Depósito Bancário para 33 dias recuaram de 71,70% ao ano na equivalência com o dia anterior para 69,70% ao ano ontem.
O mercado de renda fixa ficou mais tranquilo com o adiamento das medidas de restrição ao crédito e de maior compulsório sobre as atividades financeiras. Os megaleilões de títulos públicos —entre eles, de Notas do Tesouro Nacional com correção cambial de prazos de três, quatro e 24 meses— hoje devem definir tendências de juros e de prazos do mercado financeiro.
Nas Bolsas de Valores, os pregões foram marcados por fortes oscilações. O adiamento do aperto no sistema financeiro provocou alta de até 5% no índice da Bolsa paulista nos primeiros 30 minutos de pregão. No período da tarde, voltaram a circular rumores de que o governo preparava novas medidas de contenção do consumo. O índice da Bolsa paulista caiu 2,27% no fechamento.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,172%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 6,01% ao mês, projetando 4,25% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 6,06% ao mês, projetando 4,37% no mês.
As cadernetas que vencem dia 1º rendem 2,8112%. CDBs prefixados de 33 dias negociados ontem: entre 41% e 71% ao ano. CDBs pós-fixados de 153 dias: 14,9% a 15,1% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 7,39% ao mês, projetando rentabilidade de 5,34% no mês. Para 33 dias (capital de giro): de 87% a 144% ao ano.

No exterior
Prime rate: 9%. Libor: 6,44%

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 2,27%, fechando com 31.255 pontos e volume financeiro de R$ 242,64 milhões. Rio: queda de 2,7%, encerrando a 14.271 pontos e movimentando R$ 14,09 milhões.

Bolsas no exterior
Em Londres, o índice Financial Times encerrou a 2.434,20 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 16.512,22 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,895 (compra) e R$ 0,897 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,905 (compra) e R$ 0,907 (venda). "Black": R$ 0,900 (compra) e R$ 0,910 (venda). "Black" cabo: R$ 0,910 (compra) e R$ 0,915 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,885 (compra) e R$ 0,925 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,09%, fechando a R$ 11,21 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) neste mês até o último dia 29 é positivo em US$ 136,59 milhões. As saídas financeiras superam as entradas de dólares em US$ 4,189 bilhões. O saldo total (comercial e financeiro) está negativo no mesmo período em US$ 4,052 bilhões.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,5985. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4073 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 88,27 ienes. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 386,50.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para março fechou a 4,42% e para abril a 4,49% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para abril ficou a 31.600 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para março fechou a R$ 0,897 e a R$ 0,926 para abril.

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