São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 1995 |
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Menem condena embaixador dos EUA
SÔNIA MOSSRI
Na prática, Menem deu essas declarações de olho nas eleições de 14 de maio, quando disputará um segundo mandado. O presidente quer evitar um confronto com a Câmara dos Deputados, que declarou Cheek "persona non grata". Menem mantém alinhamento automático com o governo norte-americano. Por isto mesmo, o ministro das Relações Exteriores, Guido Di Tella, disse ontem que o governo argentino aceitou "o pedido de desculpas" de Cheek e que não pedirá aos Estados Unidos a retirada do embaixador. Cheek disse que o projeto de lei de patentes em exame pelo Congresso era para ser elaborado em "Burundi ou Somália". Menem deve vetar artigo do projeto que mais irrita o governo dos EUA: o possuidor da patente de medicamentos terá que, obrigatoriamente, fabricar, distribuir e comercializar os produtos no país. Bancos O Congresso argentino aprovou na madrugada de ontem reformas no estatuto do Banco Central para possibilitar o reordenamento do sistema financeiro. O BC poderá intervir em bancos com problemas de solvência para preservar os correntistas. Na tentativa de resgatar a credibilidade do sistema, haverá garantia automática para depósitos até US$ 5 mil, utilizando o fundo especial de socorro aos bancos. Japão O ministro Domingo Cavallo (Economia) está solicitando empréstimo ao Japão para tentar sanar as dificuldades monetárias do país. Cavallo fez o pedido ontem em audiência com o ministro das Finanças do Japão, Masayoshi Takemura. O empréstimo, não foi acertado o valor, viria pelo Banco de Exportações e Importações do Japão. Takemura estuda o pedido. Fábrica Cerca de 100 trabalhadores ocuparam ontem a fábrica de aparelhos eletrônicos e televisão Continental, em Ushuaia (Terra do Fogo), depois que a direção comunicou o fechamento da empresa e falta de verbas para pagar as indenizações trabalhistas. A direção da Continental afirma que a falta de crédito e a queda de encomendas tornaram a empresa inviável. No mesmo dia, o presidente Carlos Menem disse que não existe risco de "explosão social" no país. Ele acusou a oposição de aproveitar as proximidades das eleições presidenciais, em 14 de maio, para espalhar o pânico. "Desde que assumi, em 89, sempre se fala permanentemente em explosão social dois meses antes de qualquer processo eleitoral", afirmou o presidente. Apesar das declarações, continuam os protestos e greves de funcionários públicos nas províncias de Salta, Rioja, Tucuman, Jujuy, Córdoba e Rio Negro pelo atraso no pagamento de salários. O presidente da CGT (Central Geral dos Trabalhadores, Antônia Cassia, além de alertar sobre o risco de conflitos sociais, pediu ontem reajuste salarial por causa do repasse aos preços do aumento das alíquotas do IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Texto Anterior: Índices das Bolsas e dólar comercial caem Índice |
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