São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 1995
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CNBB critica pena de morte

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Luciano Mendes de Almeida, 64, afirma que não se pode defender a pena de morte com base na encíclica papal divulgada ontem.
"O papa João Paulo 2º fala em casos praticamente inexistentes em que é necessário eliminar o agressor para defender a sociedade. Minha leitura é que nos dias de hoje estes casos não existem", disse ele.
Quanto à legítima defesa, citada no parágrafo anterior ao da pena de morte, d. Luciano afirma que, se fosse ele a vítima, preferia morrer a eliminar o agressor.
"Mas pode realmente acontecer de se ter que se defender uma criança, por exemplo, e ter que empurrar a pessoa ou bater nela com um cano. Ou controlar alguém que está com uma bomba na mão. Nestes casos, a responsabilidade pela morte do agressor é atribuída a ele mesmo", diz ele.
Para d. Luciano, o fundamental na encíclica é "a defesa da vida, contra uma cultura de morte". Ele acha que esta cultura está dissolvida em muitas atitudes e frases no dia-a-dia. "As pessoas talvez nem percebam", diz.
Segundo ele, quem diz que "é preciso acabar com os pobres e com os ladrões para o progresso do país está defendendo esta "cultura da morte".

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