São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 1995
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Governo mexicano critica proposta de negociação da guerrilha zapatista

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

O Ministério mexicano da Administração classificou como "inviáveis" algumas das propostas zapatistas para a retomada das negociações com o governo.
Em resposta ao comunicado do EZLN, que sugeriu temas e possíveis locais para as negociações, o governo mexicano afirmou que essas decisões serão tomadas por consenso de ambas as partes.
Isso tornaria inviável a agenda proposta pelo EZLN —genérica, na opinião do governo— e a tentativa de sugerir unilateralmente o local das conversações.
O comunicado do ministério sugere ao EZLN que agilize o processo de consultas à Conai (Comissão Nacional de Intermediação) para estabelecer as "bases definitivas, a agenda e o calendário das negociações".
O bispo de Chiapas, Samuel Ruiz, presidente da Conai, classificou de "alentadora" a proposta do EZLN para retomar o diálogo.
Juan Carlos Brandt, porta-voz da ONU, disse que a entidade aceitaria ser a sede das conversações, caso seja solicitada pelo presidente mexicano, Ernesto Zedillo.
Ontem o Exército mexicano impediu um grupo de 200 manifestantes pró-EZLN de chegar a Aguascalientes (Chiapas), um dos principais redutos zapatistas.
A organização não-governamental Convenção Nacional Democrática, responsável pelo ato, disse que vai processar o governo.
Em outro incidente, dois índios evangélicos foram feridos por ortodoxos que tentaram expulsá-los de Nuevo Zinacantán.

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