São Paulo, sábado, 1 de abril de 1995
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Argentina tem nova deflação e economista já aponta recessão

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

A Argentina registrou pelo segundo mês consecutivo deflação nos preços. O Ministério da Economia divulgou ontem que houve uma inflação negativa de 0,3% em março. Em fevereiro, também ocorreu deflação de 0,3%.
A continuidade da deflação é um sinal claro do início da recessão. É um processo que resulta da baixa oferta de dinheiro em relação à oferta de bens e serviços e redução do consumo.
A deflação também é acompanhada de queda nos investimentos e redução na produção industrial. Isto já acontece na Argentina como consequência da falta de crédito, fuga de investidores e elevação do desemprego.
O Instituto de Economia da Uade (Universidade de Administração de Empresa) informa que a produção de bens de capital caiu 19,35% e de consumo durável 2,77% nos primeiros dois meses de 95, em relação ao mesmo período do ano passado.
O economista Adalberto Rodriguez, filiado à UCR (União cívica Radical), considera que "está evidente que estamos em recessão". Segundo ele, estima-se que houve um crescimento nulo do PIB (Produto Interno Bruto) nos primeiros três meses do ano.

Tarifaço
A inflação acumulada no primeiro trimestre de 95 é de 0,59%. O secretário de Programação Econômica, Juan Llach, reconhece que este quadro mudará a partir de abril por causa do reajuste das tarifas públicas, que atinge, inclusive, os combustíveis.
A partir de hoje, o consumidor pagará mais caro pelos combustíveis, telefone, luz e água. Os combustíveis sobem 1% e deverão ser repassados aos preços.

Protestos
Além das manifestações de funcionários públicos nas províncias por causa do atraso no pagamento de salários, o governo Menem tem mais um problema: a crise instalada em Ushuaia (Terra do Fogo) pelo fechamento de fábricas e férias coletivas.
Um dos principais pólos de fábricas de eletrônicos da Argentina, Ushuaia teve um dia tenso ontem, com protestos sindicais.

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