São Paulo, sábado, 1 de abril de 1995
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Alvis fazem o clássico da mimicocotagem

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, o clássico de amanhã teria tudo para ser o principal jogo desta primeira fase do Paulistão. Teria. Vamos ver.
Em primeiro lugar, porque os dois times vêem disputando os títulos em São Paulo, com inequívoco sucesso para o alviverde dos últimos dias da Pompéia, a terra dos roqueiros de essepê.
Em segundo lugar, em tese, porque estariam frente à frente os dois melhores times do atual campeonato. Em tese.
A realidade, como está descobrindo o FHC, é sempre mais complicada -e talvez mais interessante.

O time do Corinthians ainda não decolou na competição. Montou um elenco promissor: trouxe o Vitor e o Bernardo, preservou o Marcelinho e o Souza.
E talvez seja o time que mais usufrui das suas próprias revelações: o goleiro Ronaldo, Zé Elias, Viola, Marques (todos aptos para a seleção), Marcelinho Souza, Tupãzinho, Fabinho (de volta).
Além disso, apresenta duas possibilidades de grande futuro no futebol: o zagueiro/meio-campista André Santos e o lateral/ala esquerdo Silvinho.
O Corinthians tem um time não só para esta temporada, mas para jogar três ou quatro anos. Com investimento relativamente baixo, e com chance de sucesso.
Apesar disso, o time não se encontrou na gestão de Mário Sérgio, em parte por uma contradição estrutural: o técnico queria um time mais marcador, e o ímpeto natural deste elenco é o de atacar.
Por isso, o Corinthians entra amanhã em campo com a dúvida hameletiana do técnico Eduardo Amorim: atacar ou não, eis a questão.

Por outro lado, o time do Palmeiras perdeu jogadores importantes (Zinho, Evair, César Sampaio), mas sobretudo, perdeu a cabeça e a estrela da sorte: o técnico Wanderley Luxemburgo.
O alviverde passou por momentos de angústia no início da gestão Valdir "Marlon Brando" Espinosa. O time não se acertava e as contratações teriam efeito questionáveis:
a) Índio não correspondeu às expectativas pela lateral direita; b) Dizia-se que Mancuso era apenas mais um destruidor no meio-campo; c) Dizia-se que faltava um atacante verdadeiro ao time.
Aos poucos, Espinosa foi armando a sua estratégia, para a qual recebeu uma contribuição fundamental: a fase excepcional do Edmundo, o grande diferencial da temporada paulista até agora.
Ao seu habitual talento para preparar jogadas, ele acumulou com sucesso as funções de finalizador do grupo -nas quais é seguido pela também boa performance da centopéia eficiente Rivaldo.
Nos jogos da Libertadores, o Palmeiras de Espinosa revelou-se um time de peso, consistente, de chegada. No Paulista, com a alternância da equipe, oscila também a qualidade das apresentações.

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