São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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Jogador 'abandona' a família

DA REPORTAGEM LOCAL

Todos os domingos, um grupo de cerca de 30 homens almoça no Lord Hotel, Santa Cecília (centro de SP), pontualmente às 12h.
Sempre pedem salada de entrada e peito de frango ou peixe grelhado. A frugalíssima refeição não dura mais que 20 minutos e os participantes trocam poucas palavras.
Para quem ainda não tem idéia de quem são os loucos que embarcam nesse "programa de índio" aí vai a resposta: jogadores de futebol. Nesse caso, do Palmeiras.
Como os jogos acontecem nas tardes de domingo, os jogadores se acostumaram a trocar a companhia da família por duas dezenas de marmanjos. "Há mais de 20 anos que meu almoço de domingo virou esse banquete fajuto", afirma o técnico Valdir Espinoza, 47.
Casado e com dois filhos, ele diz que a família não se incomoda de comer sozinha. "Arrumamos outro dia para almoçar juntos."
No último domingo, a reportagem da Folha acompanhou o almoço dos 16 atletas que enfrentaram o Juventus. As opções de salada foram chuchu, acelga ou beterraba. Depois, canelone de queijo ou batata assada e peito de frango.
Apesar de conviverem diariamente, eles falam pouco. "Ficamos um pouco tensos antes dos jogos. Por isso, a gente quase não conversa", diz o goleiro Sérgio.

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