São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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Alta do imposto reduzirá importações em US$ 5,3 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os técnicos da área econômica estimam que o aumento da alíquota do II (Imposto de Importação) de 32% para 70%, atingindo um conjunto de 109 produtos, diminuirá o volume das importações em até US$ 5,3 bilhões até o final do ano.
Ou seja, este montante de dólares não sairá do país, o que colabora para reverter os déficits consecutivos registrados na balança comercial nos últimos quatro meses. Neste período, as importações têm sido maiores que as exportações.
Na quarta-feira, o governo anunciou o aumento da alíquota de II para automóveis e outros bens de consumo duráveis (como eletrodomésticos e eletroeletrônicos), com o objetivo de reverter o desempenho da balança comercial (exportações menos importações).
O déficit acumulado do governo nos últimos quatro meses é de US$ 2,7 bilhões. Em fevereiro, a balança comercial registrou o maior déficit da história (importações maiores que exportações): US$ 1,09 bilhão.
O peso dos 109 produtos representa 20% das compras externas, segundo anunciou o ministro Pedro Malan (Fazenda). Como o golpe nas importações é uma medida que vai surtir efeitos a médio prazo, a equipe econômica está em compasso de espera.
O governo acredita que o aumento da alíquota de II para 70% foi uma medida de impacto e, aliada aos incentivos às exportações, vai contribuir para fechar o ano com superávit na balança comercial (exportações maiores que importações).
Alternativas
Entretanto, os técnicos já trabalham com algumas hipóteses, caso as medidas coloquem a economia num caminho fora dos objetivos do governo. Caso haja desabastecimento, as alíquotas do II poderão ser reduzidas.
Se as importações não diminuírem como o governo espera, o número de produtos com alíquota de II de 70% poderá aumentar. Por enquanto, o governo não trabalha com essa possibilidade porque poderia haver problemas comerciais com países do Mercosul e outros parceiros comerciais do Brasil.
A elevação da alíquota de II além de 70% é uma possibilidade descartada pelo ministro José Serra (Planejamento). Também já foi descartada a proposta de fixação de cotas para importação.
A criação de um depósito ou empréstimo compulsório equivalente ao valor do produto também não deve ser adotada. Apresentada na área técnica, é considerada um medida antipática e extrema.

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