São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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Juro é recomendado mesmo com temor de crise cambial

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Pela primeira vez no real, o dólar liderou, em março, o ranking das aplicações financeiras. A maioria dos analistas, entretanto, não vê chances de este comportamento se repetir, pelo menos a curto e médio prazos.
Como o dólar, outros ativos reais não prometem valorização acima das taxas de juros.
A contenção das importações anunciada na semana passada, via aumento de alíquotas, reforça a expectativa de que o governo descarta o ajuste da balança comercial através de nova desvalorização do real frente ao dólar, mesmo à custa de alguma pressão inflacionária.
Por enquanto, a inflação está sendo pressionada por aluguel e educação. Para que as pressões não se generalizem, a economia precisa ser desaquecida e uma das armas usadas é o tamanho do juro.
Com este cenário pela frente, a recomendação é que o dinheiro disponível seja destinado a aplicações que rendam juros.
Se a inflação não der saltos inesperados, as aplicações mais recomendadas são os CDBs e mesmo a caderneta de poupança.
Como são prefixados, garantem antecipadamente rentabilidade positiva no prazo de um mês, quando a conjuntura poderá ter mudado.
Mas diante das incertezas que cercam a inflação futura, os fundos de investimento atrelados ao DI (Depósito Interbancário) são os mais indicados. A rentabilidade destes fundos -de renda fixa ou de commodities- reflete mais rapidamente a oscilação das taxas de juros. "O CDB, por exemplo, não tem essa agilidade", diz o corretor de valores Francisco Lafayette.

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