São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Pista oval desafia trio brasileiro na Indy
MAURO TAGLIAFERRI
Neste momento, será dada a largada para o GP de Phoenix, a terceira etapa do campeonato 95 da Indy e a primeira prova da temporada numa pista oval. Christian Fittipaldi, Gil de Ferran e André Ribeiro experimentarão, então, a sensação de pilotar um carro a 300 km/h, junto com 24 adversários e com um muro a centímetros de suas cabeças. "Você é um passageiro dentro do carro. Não há margem para erro", afirmou Christian Fittipaldi, da Walker Racing. "Um pequeno erro que você comete tem grandes consequências. Você pode se machucar, atrasa a corrida e destrói o carro", completou Gil de Ferran, da Hall. Os dois têm uma desvantagem em relação ao terceiro estreante, André Ribeiro, da Tasman. Ribeiro já enfrentou a situação de corrida num oval quando participava da Indy Lights, categoria inferior à Indy. O corredor, no entanto, nega a vantagem. "Para a corrida, me considero um estreante", afirmou. "A sensação dentro do carro até é parecida com a Indy Lights, mas tudo acontece muito mais rápido." Segundo o piloto, há dois grandes desafios numa prova em ovais. O primeiro é o tráfego. Num circuito pequeno como o de Phoenix, sempre há um carro a sua frente. "Se há alguém três décimos de segundo mais lento que você na sua frente, dá muita diferença. Você o alcança tão rapidamente que complica", disse. O segundo desafio é consequência do primeiro: a turbulência que os retardatários provocam. "O ar fica 'sujo' atrás de outros carros. Aí, seu carro treme e seu capacete também", falou Ribeiro. O que acontece é que a corrente de ar que aumentaria a aderência do carro é barrada pelo adversário que está na frente. Assim, o carro perde pressão aerodinâmica, aumentando o trabalho do piloto para segurá-lo na pista. "O mais importante é não deixar o carro sair de traseira. Se derrapar, é muito difícil de controlar", afirmou Ferran. "Você não pode brigar com o carro e precisa respeitar muito a pista", disse Christian, que assimilou esta lição nos treinos livres de sexta-feira. O piloto contou que, num determinado momento, sentiu que o carro saía um pouco de frente. "O volante virava onde não devia. Aí, deu aquele frio na espinha e fui para os boxes acertar a asa." Para o brasileiro, a sensação que antecede a corrida mistura "ansiedade, preocupação e calma". "Se o carro tiver bem acertado, você quase não precisa guiar. É só tirar o pé na hora certa", afirmou. Ferran concorda. "Dirigir nem é tão diferente de um circuito misto. Numa curva de alta velocidade, se o carro está bem você enche o peito e acelera." "A grande diferença é na atitude que você tem que ter. Não se pode errar", completou ele. NA TV SBT, ao vivo, às 17 Texto Anterior: Cansaço preocupa gaúchos Próximo Texto: Tracy quer ser americano Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |