São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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Pameiras, na ponta do lápis, é o favorito

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Palmeiras, na ponta do lápis, é o favorito
Se palestrinos e mosqueteiros jogarem no ataque hoje, o Pacaembu poderá ser palco de um lindo clássico
Esta fase do campeonato não vale nada, mas um Corinthians e Palmeiras sempre é um evento venerável. Ainda mais agora que ambos estão tateando suas formações ideais, e que nenhum corre o risco de desclassificação ou coisa que valha.
Aliás, bem que podia dar os cinco minutos nos técnicos e eles resolverem oferecer um espetáculo inusitado: Corinthians e Palmeiras jogando no ataque, risonho e franco.
Devaneios à parte, mosqueteiros e palestrinos, mesmo atados aos esquemas defensivos vigentes, deverão dar um bom espetáculo. Afinal, trata-se de um grupo de jogadores de alto nível técnico, ainda que eventualmente desfalcado de algumas estrelas. E se o juiz não mostrar um cartão vermelho a Edmundo aos 5min de jogo, ou não acontecer outra coisa do gênero, o bom vento me sussurra que deve dar Palmeiras. Explico: na ponta do lápis, é mais time. E mais: parece estar se reencontrando com seu melhor futebol, como ficou evidente nas últimas partidas, seja pela Libertadores, seja pelo campeonato.
Claro que não me refiro à goleada que lhe impingiu o União, noite destas, posto que aquele Palmeiras não era obviamente o que entrará esta tarde em campo.
Não quero, porém, encerrar este tópico sem antes falar algo sobre Rivaldo, nestes dias, o mais importante jogador do Palmeiras. O brilho, o show, claro, fica por conta de Edmundo. Mas Rivaldo é quem tem amarrado as pontas desse time, do meio-campo pra frente. É ele quem vem aqui armar as jogadas para, em seguida, estar lá na área, conferindo, ou servindo seus companheiros, inclusive Edmundo de bandeja. Trata-se de um jogador precioso, que me faz lembrar um pouco Servílio de Jesus, o filho, crucificado por Feola na malfadada Copa de 66.
Servílio era assim grandalhão, meio desajeitado, como Rivaldo. Nunca se soube ao certo se era centroavante, meia/ponta-de-lança ou armador, num tempo em que essas funções eram muito bem definidas. Habilidoso, vagava por esses três setores com a desenvoltura de especialista em cada um. Como Rivaldo. Que, por sua vez, como Servílio foi descartado por Feola na bica da Copa da Inglaterra, começa a ser descartado por Zagallo, muito tempo antes da Copa da França. Maldita sina, de ambos.

Melê na área dos cronistas esportivos, como diriam os velhos locutores: o gol de Edmundo contra o Emelec foi acertadamente anulado se a bola disparada por Mancuso não tocou no goleiro, indo diretamente à trave antes de voltar para o atacante palestrino. Mas, se o goleiro tocou nela, configurou-se um segundo lance, no qual Edmundo estaria aquém da linha da bola, portanto, livre de qualquer impedimento. Para mim, a bola foi direta ao travessão. Logo, Edmundo, recebeu-a no primeiro lance; consequentemente, impedido.

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