São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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Vigor econômico é 'cavalo de batalha'

FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O vigor da economia do Peru é a principal arma de Alberto Fujimori para convencer os peruanos a deixá-lo na Presidência até o ano 2000. Ele tem dito que a economia que construiu nos últimos dois anos é o seu "cavalo de batalha".
As metas de estabilização, fortalecimento financeiro e recuperação da economia do país têm alcançado o êxito esperado. E são acompanhadas de um programa consistente de abertura, privatizações e liberalização econômica.
Há cinco anos o Peru debatia-se com uma hiperinflação de 60% ao mês e não tinha reservas cambiais.
No ano passado, os preços subiram 15% e as reservas internacionais alcançaram US$ 5,6 bilhões. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 1994 também foi fantástico, de 12,7%, alçando a economia do país para o rol das mais dinâmicas do mundo.
Mais espetacular ainda foi o crescimento de 161% nos investimentos estrangeiros diretos, se bem que a base de comparação, em 1993, fosse muito baixa.
O país também conseguiu a façanha de atrair mais investimentos para o setor produtivo do que em direção às Bolsas de Valores e outros mercados voláteis.
Os números podem parecer modestos se comparados a de outras economias, como a do Brasil. Mas o Peru tem apenas 25 milhões de habitantes e começa a resolver seus problemas estruturais.
Segundo o Tesouro peruano, o país teve superávit de US$ 184 milhões em suas contas em 1994.
O resultado positivo baseou-se em uma aumento da arrecadação tributária (23% maior que 93) gerada pelo crescimento econômico e no avanço das privatizações -que tiveram resultado líquido de US$ 90 milhões até agora.
É com o dinheiro das privatizações que o Peru quer agora financiar os gastos para repor armamentos perdidos durante a guerra com o vizinho Equador, deflagrada em 26 de janeiro passado e ainda sem uma solução final.
Embora tenha criado prejuízos financeiros, a guerra contra o Equador -por causa de uma área inóspita em um canto da Amazônia- contribuiu para aumentar perante os 50% do eleitorado que vive na pobreza a visibilidade de Fujimori -que se apresentou nos últimos meses atravessando rios e trilhas na selva montado nos ombros dos soldados de seu país.

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