São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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Denise, coriféia do submundo

CRISTINA ZAHAR

A atriz Denise Assunção é irmã do músico Itamar Assumpção, embora seus sobrenomes não tenham a mesma grafia. Não se considera cantora. Mas é responsável por momentos de lirismo, além de aparecer nua, quando solta a voz na peça "Mistério Gozozo", de Oswald de Andrade, que encerra temporada hoje no Teatro Oficina. Denise define seu papel como o da "coriféia da prostituta", a que narra a saga de Eduléia no submundo do Mangue. "Trafego bem na música, mas sempre fiz teatro. É o que sei fazer."
Isto não impede, porém, que ela inaugure, na sexta (7), o Oficina para shows de música. Com a participação do mano Itamar, Denise promete um repertório alternativo, com canções de Dan Nakagawa (que toca em "Mistério") e de músicos da Vila Madalena. Cantar não é propriamente uma novidade. Ela gravou o primeiro disco em 90, com músicas de Itamar e Macalé, entre outros.
Irreverente, Denise adora brincar com sua idade. Arredonda sim, só que para cima. Tem 38, mas fala que já bateu nos 40. Paulista de nascimento, começou aos 13 no teatro amador em Arapongas e Londrina, no Paraná, porque o pai levava vida itinerante como funcionário do extinto Instituto Brasileiro do Café.
Peregrinou por Curitiba e Rio até aportar em São Paulo pelas mãos de Itamar, há dez anos. Gosta de trabalhar com o diretor José Celso Martinez Correa porque ele não põe os negros em papéis estereotipados. "Preto tem sempre que fazer diabo, pomba-gira. Com o Zé Celso não tem esse problema".-C.Z

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