São Paulo, quarta-feira, 5 de abril de 1995
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Reforma da Previdência; Dona Risoleta Neves; Vale um ano de assinatura; Jornal de Resenhas; Teatro em quadrinhos

Reforma da Previdência
"Na coluna do sr. Janio de Freitas, publicada em 19/03, sob o título 'Privilégio escondido', há considerações que, pela forma de exposição, tentam minimizar os esforços do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso para realizar a reforma da Previdência. Isso com base em ilações bem construídas. A Constituição instituiu dois vínculos públicos para médicos e professores. Não me cabe sugerir a extinção dos dois vínculos, mas exigir a contribuição da Previdência sobre os mesmos. Dizer que isto vai me beneficiar e 'que denuncia má-fé do autofavorecimento' não é verdade. É presunção e julgamento sumário. A permissão da acumulação de cargo em comissão com aposentadoria, por dois anos, é uma forma de evitar um amplo leque de demissões no setor público, buscando-se adotar um prazo de transição."
Reinhold Stephanes, ministro da Previdência Social (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia resposta do jornalista Janio de Freitas em sua coluna da edição de hoje.

Dona Risoleta Neves
"Só quem não conhece dona Risoleta é capaz de imaginar que ela pudesse ter feito os comentários sobre Adriane Galisteu que lhe foram atribuídos na seção 'Veneno', dia 26 de março. A carta da viúva de Tancredo Neves, publicada na edição de 1/04, restabeleceu a verdade. Estou seguro que a repórter Carolina Chagas, que não conhece pessoalmente e jamais falara ao telefone com dona Risoleta, foi vítima de um lamentável trote telefônico."
Mauro Salles, publicitário (São Paulo, SP)

Vale um ano de assinatura
"A entrevista de Jaime Spitzcovsky com o general Giap e o artigo de Antonio Callado, publicado dia 1/04, sobre a guerra do Vietnã pagam um ano de assinatura da Folha. Parabéns aos dois jornalistas, parabéns ao jornal."
Fernando Morais, escritor (São Paulo, SP)

Jornal de Resenhas
"Já andava eu chateado com a qualidade de encartes-lixo da Folha, com todos aqueles inúteis fascículos de receitas de bolo e de 'ver por dentro', quando, grata surpresa, chegou esta segunda-feira o primeiro número do Jornal de Resenhas. Uma velha e boa idéia, uma realização nova e melhor ainda. Parabéns a vocês da Folha e parabéns aos colegas do Discurso Editorial. A primeira segunda de cada mês ficou mais interessante e feliz."
Reginaldo Prandi, professor titular de sociologia da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

"Congratulações pelo excelente lançamento do Jornal de Resenhas."
Josefina Chaia Pereira (Marília, SP)

Teatro em quadrinhos
"E de lá, das terras camonianas, o diretor Gerald Thomas arrotou a nova tendência teatral: os heróis das histórias em quadrinhos e o gênero western. Essa novidade veio dar na província através de uma matéria de Jair Rattner feita em Lisboa e publicada nesse jornal dia 25/03. Nela, o repórter, aquele ser que tem a capacidade de registrar e analisar fatos e detalhes a que o leitor não tem acesso, noticiou como ineditismo que o bangue-bangue e as tiras dos quadrinhos são as novas preocupações estéticas e filosóficas do grande encenador brasileiro. O assunto é interessante, não poderíamos discordar, pena que a idéia seja tão velha e que a editoria, equipe responsável pela cobertura de determinado campo temático, do caderno Ilustrada é tão mal-informada. Pois essas preocupações, lembrando aos esquecidos desse veículo de informação mais lido do país, já foram debatidas no Brasil e no exterior. Em 1990, a Cia. de Teatro em Quadrinhos montou 'O Cobrador', a partir do conto homônimo de Rubem Fonseca, inspirado nos heróis das histórias em quadrinhos e, na mesma época, um outro grupo de Curitiba se apresentava em São Paulo com 'New York', também com a mesma idéia. Além disso, o espetáculo 'Os Brutos Também Amam', uma horse-ópera, da mesma Cia. de Teatro em Quadrinhos, levou aos palcos a discussão sobre a filosofia do Velho Oeste e sua importância como patrimônio da cultura ocidental. A nossa indignação está no fato de que essas duas linguagens, western e histórias em quadrinhos, foram tachadas pelo crítico desse jornal como uma cultura pop desgastada e velha e, talvez por isso, o nosso faroeste teatral entrou poucas vezes, durante sua temporada, no roteiro desse desavisado caderno de variedade e cultura. Agora, vem os senhores e traqueiam a genialidade de Gerald Thomas ao descobrir esses temas para serem levados ao palco. Como assinantes da Folha e criadores dos dois espetáculos citados, 'O Cobrador' e 'Os Brutos Também Amam', nos sentimos duplamente lesados: por ter comprado um jornal que só informa as coisas feitas por aqueles que agradam a essa Redação e por termos sido ignorados quando lançamos o nosso bangue-bangue que, pelo visto, parece que vai ser a grande sensação teatral da cidade, pelo menos para o caderno Ilustrada e seus jornalistas. Certamente os atores da Cia. de Ópera Seca serão poupados de ouvir, do crítico desse jornal, que lhes falta altura e que parecem uma paródia mexicana dos galãs norte-americanos, embora não lembremos de nenhum John Wayne no elenco escalado pelo predileto diretor. Quanto ao Gerald Thomas vir a trabalhar western e quadrinhos, isso só vem a ressaltar que muitas vezes os aprendizes superam os mestres."
Beth Lopes, diretora, e Luiz Cabral, dramaturgo, da Cia. de Teatro em Quadrinhos (São Paulo, SP)

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