São Paulo, quinta-feira, 6 de abril de 1995
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Saúde e saco

CARLOS SARLI

Há alguns anos vi um filme que em português levou o título "Carruagens de Fogo". Em síntese, é a história do esporte e da humanidade. O homem tentando se superar. Não importa a dimensão do tempo e do espaço.
Na Olimpíada na Grécia ou no "outside" de São Vicente, a missão do atleta é o infinito.
O atleta do século é o rei do futebol. Não por acaso um brasileiro. Em seu tempo, Maradona chegou a ser lembrado, Zico correu por fora, mas Sr. Nascimento permaneceu no Olimpo, com seus cinco títulos mundiais (três pela seleção e dois pelo Santos).
Na F-1, outro esporte em que os brasileiros se destacam, chegamos perto de bater os invencíveis, mas ficamos na torcida. Primeiro com Emerson, depois com Piquet e, por último, com Senna. O francês Prost chegou ainda mais perto, mas o argentino Fangio continua no lugar mais alto do pódio com cinco mundiais.
A geração 'pipoca de microondas' pode querer argumentar que os tempos eram outros, que a competição isso, que a preparação física aquilo... O fato é que não há nada melhor para medir a performance de um competidor do que resultados. E entre esses, o resultado máximo: os títulos.
A partir da próxima semana, os 44 melhores surfistas do mundo voltam pra água em Bell's Beach, Torquay, Austrália, dando início à temporada 95 do Circuito Mundial de Surfe.
Serão 12 etapas ao longo do ano. A França continua sendo o país-sede mais forte, com três eventos.
Duas novidades tornam o circuito deste ano mais emocionante: Puerto Escondido, México, e Grajagam, Indonésia. A etapa brasileira rola de 10 a 15 de outubro no Rio. E o circuito continua, pelo menos por mais este ano, terminando na Austrália. Espera-se que no ano que vem a final volte para o Havaí.
O desempenho do norte-americano Kelly Slater ano passado, quando conquistou o título mundial pela segunda vez e de quebra o circuito da segunda divisão, faz dele o favorito para este ano. No zenith do surfe permanece o australiano Mark Richards com seus quatro títulos conquistados nas décadas de 70 e 80. Slater está a meio caminho. Resta saber se terá saúde, saco e determinação para continuar sua jornada de superação.
O magnetismo e o fascínio do esporte moram bem aí, nesse ponto de interrogação.

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