São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995 |
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Efeito da crise do México é tema principal
JOSÉ ROBERTO CAMPOS
Os objetivos são claros, mas os instrumentos para atingi-los continuam nebulosos, como em 20 de dezembro, quando o México desvalorizou o peso e afundou. A discussão prosseguirá nos encontros do Fundo Monetário Internacional e do G-7 (que agrupa as sete nações mais ricas do planeta). Outros consensos se formaram nas discussões. Um deles é o de que a Argentina pode vencer sua crise atual, provocada pela instabilidade dos mercados financeiros. "Vemos com muito otimismo a profundidade das reformas e os ajustes que estão sendo feitos pelo governo argentino", disse o presidente do BID, Enrique Iglesias. O outro é o de que alguma supervisão e controle -domésticos- podem evitar choques de fluxo de capitais, como no Chile e Colômbia. "É preciso distinguir a estratégia de liberalização e as formas de tratar os fluxos de capitais", afirmou Jacob Frenkel, presidente do conselho diretor do BID. "A liberalização tem de ser gradual, sustentada. Colômbia e Chile fizeram isto, sem partir para uma abertura completa antes que seu sistema estivesse preparado." O gradualismo, segundo Frenkel, é adequado porque os mercados financeiros não toleram recuos. "Perde-se credibilidade, a liberalização da economia não pode parecer um tango, um passo para frente, dois para trás", disse. Iglesias disse que a onda de pessimismo criada com a derrocada mexicana foi muito maior do que os fatos justificam. "Os progressos realizados pelos países da América Latina fortes e duradouros", declarou. Segundo ele, os investimentos de longo prazo serão este ano iguais ou superiores aos de 94. "O modelo de abertura não está em questão, mas é preciso fazer algo mais. A poupança interna e as exportações são pontos frágeis da região", concluiu. Os princípios básicos que foram reafirmados durante a reunião do BID, segundo Frenkel, são a manutenção de uma política macroeconômica sólida, vigilância constante sobre os índices de inflação, garantir regras de mercado aberto e a consciência de que a desvalorização das moedas, por si só, não resolve nenhum problema. "O BID deverá destinar entre US$ 6 bilhões e US$ 6,5 bilhões para empréstimos em 95: dois terços para países grandes e médios, um terço para os demais. Texto Anterior: Secretário prevê saldo de comércio de US$ 5 bi Próximo Texto: Kissinger prevê retomada de investimentos dos EUA Índice |
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