São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995
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Jatene prova que governo 'escondia' dinheiro e leva sobras para Saúde

ALEXANDRE SECCO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de um detalhado estudo das contas do governo, o Ministério da saúde descobriu uma sobra de dinheiro, pressionou a área econômica e conseguiu ampliar seu teto de gastos para o primeiro semestre, que passou de R$ 1,7 bilhão para R$ 2,3 bilhões, um aumento de 35%.
O teto de gastos é definido trimestralmente pela Secretaria de Planejamento com base nas previsões de gastos e arrecadação de impostos.
A explicação usada pelo ministro da saúde, Adib Jatene, para a sobra é que a arrecadação do governo no primeiro trimestre foi maior do que o esperado.
Segundo a Folha apurou, a informação a respeito da sobra de dinheiro era guardada pela equipe econômica. Jatene começou a pressioná-la depois de receber um estudo das contas feito por sua equipe.
A maior parte do dinheiro gasto pelo governo em saúde é proveniente da arrecadação de impostos sobre receitas e lucros, Fundo Social de Emergência e Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social).
A Folha apurou que o estudo das contas do governo foi feito por um especialista em recursos públicos, convidado por Jatene especialmente para esse fim.
O valor inicialmente fixado para a saúde no primeiro trimestre (R$ 1,7 bilhão) era insuficiente para o pagamento dos hospitais conveniados e ambulatórios (atendimento emergencial).
Só a fatura mensal com hospitais e ambulatórios chega a R$ 600 milhões.
O pagamento dos hospitais conveniados é uma das maiores fontes de problemas para o ministro da saúde. Ele já tentou resolver o problema defendendo a abertura de uma linha de crédito especial para a área, isto é, empréstimos a juro menor do que os de mercado.

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