São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995
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Volta de Oscar só traz ganhos ao basquete

JOSÉ MEDALHA
ESPECIAL PARA A FOLHA

O basquete tem vivido momentos de expectativa com o retorno de grandes astros que já haviam anunciado suas despedidas. Na NBA, ressurge Michael Jordan, dando a condição de favorito ao Bulls às vésperas da segunda fase.
A Confederação Brasileira, por outro lado, anuncia o retorno de Oscar Schmidt à seleção brasileira, numa verdadeira operação resgate, capitaneada pelo atual técnico Ary Vidal.
Tive o privilégio de conviver com o cestinha por um longo tempo, na condição de assistente da seleção e como seu técnico no Pré-Olímpico de Portland e na Olimpíada de Barcelona.
Na oportunidade, Oscar manifestava interesse em se despedir da seleção como principal cestinha olímpico, confirmando recordes anteriores obtidos na Olimpíada de Seul, quando registrava a média de 42,25 pontos por jogo e o maior número de pontos em uma só partida (55 contra Espanha). Isso sem contar sua brilhante atuação em Indianápolis na vitória do Pan-Americano de 87 contra os EUA.
O retorno de Oscar à seleção nacional apresenta inúmeros aspectos positivos. Desde Barcelona, percebe-se a ausência de um verdadeiro líder em quadra.
A presença de um grande jogador, reconhecido muito mais internacionalmente do que no ambiente doméstico, resulta em inúmeras vantagens. Respeito dos adversários, respeito dos árbitros e, até mesmo, admiração dos companheiros.
O basquete brasileiro, inegavelmente, desfruta de ótimo prestígio internacional e, vez ou outra, tem alguns tropeços em termos de resultados. Após o quinto lugar de Barcelona, confirmando a mesma posição do Mundial de 90, a CBB deu início a uma renovação de aproximadamente 50% de seus selecionáveis e que, por razões que não vêm ao caso no momento, acabou não dando o resultado esperado, em termos de colocação no Mundial do Canadá. Com o retorno de Ary Vidal, abriu-se a possibilidade da volta de Oscar para assumir essa posição.
A sua presença deverá colocar o Brasil como um dos favoritos no Pré-Olímpico da Argentina. Uma vez obtida a classificação, Oscar terá a chance de registrar mais um recorde. Ou seja, será o único atleta a participar de cinco jogos olímpicos na era moderna.
As informações divulgadas pelo técnico Ary Vidal dão conta de que a volta de Oscar ainda depende de uma contratação do mesmo por um clube brasileiro, que possa cobrir possíveis ofertas européias.
Recentes exemplos de resgate de atletas do vôlei, campeões olímpicos, e mesmo de Romário, garantiram aos seus investidores um retorno positivo. O mesmo deverá ocorrer com Oscar. Parabéns Ary Vidal e CBB.
Com a palavra os dirigentes do basquete brasileiro, pois temos um verdadeiro ídolo a fazer ressurgir o basquetebol como esporte que possa entusiasmar novos fãs, motivando jovens a praticá-lo e assisti-lo, além de garantir, sem dúvida, bons resultados e colocações à seleção.

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