São Paulo, sexta-feira, 7 de abril de 1995
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Filósofo(a) brasileiro(a); Estabilidade européia; Guia da Safra; Lei de Parkinson; Jornal de Resenhas; Roberto Muylaert; Projeto Cingapura; Que comece o governo!

Filósofo(a) brasileiro(a)
"Ignoro quão importante é a influência do caderno Mais! para o aperfeiçoamento de nosso meio cultural, tradicionalmente marcado pelo provincianismo e a mediocridade machista. Mas graças à reportagem de capa da edição de 2/04 ('Enfim um filósofo brasileiro'), pude corrigir meu persistente equívoco de considerar que Marilena Chaui é cidadã brasileira e, mais do que isso, uma das raras cultoras da filosofia com pensamento próprio e claro entre nós. Imaginando, quem sabe erroneamente, que no campo intelectual a mulher nada fica a dever ao homem, tal como Antonio Candido sempre acreditei que clareza é o mais evidente sinal de inteligência."
Fábio Konder Comparato, professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Estabilidade européia
"Quero deixar registrada a importância do tratado de boa vizinhança e cooperação de amizade assinado pelos primeiros-ministros eslovaco e húngaro em 19/03, em Paris, às vésperas da Conferência sobre o Pacto da Estabilidade na Europa. Seu valor é inestimável para a Europa Central porque cria condições para a reconciliação histórica entre a Eslováquia e a Hungria, porque favorece o desenvolvimento das relações entre os dois países e porque introduz o princípio de direito e proteção das minorias nacionais eslovaca e húngara. Vai, portanto, muito além de um acordo de relações bilaterais, representando, do ponto de vista internacional, uma real contribuição para o diálogo digno entre nações e a estabilidade de toda a Europa."
Branislav Hitka, embaixador da Eslováquia (São Paulo, SP)

Guia da Safra
"Quero parabenizá-los pela qualidade do Guia da Safra 95, que circulou na edição de 28/03. A abordagem reflete o quadro atual da agricultura, bem como destaca a sua importância para a economia do país, a partir da visão sistêmica do agribusiness."
Ney Bittencourt de Araújo, presidente da Associação Brasileira de Agribusiness e da Agroceres (São Paulo, SP)

Lei de Parkinson
"Otavio Frias Filho publicou um artigo ('A Lei de Parkinson', edição de 30/03) que, além de demonstrar o não-entendimento do papel das técnicas de gerenciamento empresarial nas sociedades contemporâneas, expõe o núcleo ideológico da elite mais perversa que este país tem. 'Queremos abrir mão do cafezinho, da cordialidade, do direito a fracassar, da nossa própria paz interior em nome da eficiência geral do mundo?', pergunta. A resposta é óbvia: sim, homem branco. A vida é dura e o mundo está indo para o buraco. As modernas técnicas de gerenciamento -corte de níveis hierárquicos, técnicas de motivação, qualidade total etc.- representam uma possibilidade de alavancamento das potencialidades do homem trabalhador, um abrir de espaços para o exercício de suas competências dentro do trabalho cotidiano. Não é, como crê o sr. Frias Filho, a empresa que passa a ser a medida das coisas. O que o sr. Frias chama negativamente de 'competição de todos contra todos' é o exercício da cobrança pelos direitos e deveres de cada um, na horizontal e na vertical. Eu não via, há muito tempo, uma manifestação tão sucinta e bem-acabada do pensamento do coronelato brasileiro."
João Lauro Viana de Camargo (Botucatu, SP)

Jornal de Resenhas
"Meus cumprimentos ao jornal e à Universidade de São Paulo pela iniciativa de lançar o Jornal de Resenhas. A USP mais uma vez aparece como uma universidade de idéias que assume o compromisso de contribuir para o desenvolvimento cultural do país."
Mariza Monteiro Borges (Brasília, DF)

Roberto Muylaert
"Cumprimento os membros do governo que conseguiram 'fritar' o ex-secretário de Comunicação Social Roberto Muylaert. Acredito que todos os telespectadores da melhor televisão do Brasil -a TV Cultura de São Paulo- estão muito satisfeitos com a volta do competente Roberto Muylaert."
Nairo Fazio (Ribeirão Preto, SP)

Projeto Cingapura
"É uma pena que o sr. Lair Krahembul (Painel do Leitor, 3/04), homem de confiança do ex-presidente Collor e atual secretário da Habitação do Município de São Paulo, tenha ficado tão revoltado por não ter sido convidado para o encontro promovido pela ONU, em julho de 94, em Manchester. O critério para a participação nesse encontro, subsidiado pelo governo inglês, era a realização por parte de entidades governamentais ou não-governamentais de projetos populares, com participação da comunidade, que conciliassem baixo custo e boa qualidade. Fomos convidados e participamos do encontro justamente devido à nossa experiência junto aos mutirões na cidade de São Paulo. Um governo que não investe nas áreas sociais, que prefere paralisar 8.000 casas que estavam sendo construídas em regime de mutirão ao custo de US$ 100/m2 para investir no marketing Cingapura, entregando pouco mais de 100 apartamentos em dois anos de governo, a um custo de US$ 200/m2, não pode mesmo ser convidado para um encontro dessa natureza. De qualquer forma, faremos gestões para que o sr. Lair seja convidado para os próximos encontros. Quem sabe ele possa aprender algo de bom e concreto para a nossa cidade."
Paulo Conforto, da União dos Movimentos de Moradia (São Paulo, SP)

Que comece o governo!
"Definitivamente, o vírus de Fernando 1º, o Collor, pegou Fernando 2º, o Cardoso. Além de atacar qualquer um que discorde de suas idéias e/ou propostas, FHC vem agora propor um tal 'Banco do Povo', lembrando a dupla Collor/Magri com o 'Banco do Trabalhador'. Ora, que tal transformarmos o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal em bancos do povo? Hoje, do jeito que estão, são mais banco dos grandes ruralistas caloteiros e caixa das empreiteiras, com o devido apoio de ACM, Sarney etc. Chega de marketing, que comece o governo!"
Ricardo Berzoini, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo (São Paulo, SP)

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