São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995 |
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Ximenes afirma que BB não fez 'retaliação'
ROGÉRIO SIMÕES
"Não foi uma retaliação", disse Ximenes. "Na medida em que a lei aprovada pelo Congresso descasa as operações do banco, temos que interromper as operações." O descasamento de que trata o presidente do BB é a diferença, criada após a derrubada do veto, entre o custo para o banco de captar recursos e o ganho que ele terá ao emprestar para os agricultores. Ximenes considerou a decisão do Congresso "absurda" e disse acreditar que ela será revista. "Não acredito que tenha um agricultor, um homem de bem que aplauda esta medida", afirmou Ximenes. O presidente do Banco do Brasil não quis fazer nenhuma estimativa sobre a quantia que deverá ser abatida da dívida em virtude da decisão do Congresso. "Eu não consigo imaginar um quadro desses", disse Ximenes. "O crédito está associado a taxa de juros e não a preço." Ximenes afirmou que a avaliação do departamento jurídico do banco é de que a decisão não afeta as dívidas passadas e que só teria efeito sobre novos empréstimos conseguidos. Segundo ele, se a nova lei for mantida, os novos empréstimos para a agricultura estão inviabilizados. "Não há como emprestar dinheiro sem juros." Paulo César Ximenes disse que o debate sobre o crédito no setor agrícola, com altas taxas de juros, deveria ser centralizado na reforma fiscal. "Isso só vai ser resolvido quando você tiver a aprovação de uma reforma fiscal. Não é o indexador que é o vilão da agricultura. O vilão é a taxa de juros elevada motivada por ausência de uma reforma fiscal." O ministro Pedro Malan negou-se a fazer qualquer comentário sobre a mudança no índice de cobrança dos empréstimos. Ele disse que, por causa da importância do assunto, só deverá falar sobre o caso quando voltar ao Brasil. Texto Anterior: Governo quer anular decisão do Congresso Próximo Texto: Bacha diz que não fez acordo Índice |
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