São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995
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Edifício inacabado sofre implosão hoje em Vitória

WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma implosão deverá colocar abaixo na manhã de hoje um prédio inacabado de três andares em Vitória (ES). É a primeira vez que ocorre uma implosão no Espírito Santo.
A previsão da empresa Comprex, contratada para realizar o trabalho, é de que em 2,7 segundos a estrutura de concreto seja transformada em uma montanha de 6.000 toneladas de entulho e ferros retorcidos.
O "esqueleto de Maruípe", como o prédio é chamado na cidade, começou a ser construído pela Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) na década de 50.
Está localizado em área próxima ao campus da universidade, que tinha a intenção de instalar no local um centro de ciência.
Em 1958, a obra foi embargada pela Prefeitura de Vitória, que alegou má qualidade do material utilizado na construção.
Desde então, a obra, projetada para ter 12 andares, parou.
Em 1987, a Prefeitura de Vitória comprou da Ufes a área em que está localizado o prédio para a construção de um centro esportivo.
O detonador da implosão será acionado pelo prefeito Paulo Hartung (PSDB).
Os moradores só poderão acompanhar a implosão a uma distância superior a 400 metros do raio do edifício. A área será cercada por policiais militares.
A implosão está orçada em R$ 70 mil (mil salários mínimos). A Comprex terá auxílio técnico da CDI (Companhia de Demolições e Implosões), que realizou diversos trabalhos em São Paulo.
Em 1987, a implosão do prédio de 18 andares da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), na avenida Paulista, em São Paulo, também consumiu cem quilos de dinamite. O prédio havia sido destruído por um incêndio.
Embora tenha três andares, o "esqueleto" vai exigir a mesma quantidade de dinamite usada na implosão do prédio da Cesp porque sua estrutura foi projetada para suportar 12 andares, informou o coordenador da Defesa Civil, Francisco Ramaldi.
A implosão vai exigir uma operação especial da prefeitura. Às 8h30, ao toque de uma sirene, 1.285 pessoas vão deixar 345 residências localizadas em um raio de 300 metros do prédio. Às 9h45, haverá outro toque de sirene. Às 10h, acontece a implosão.
O trânsito será impedido na região e os motoristas, orientados a não estacionar nas proximidades.
A pedido da Defesa Civil, os hospitais das Clínicas, Santa Rita e o Centro de Saúde não deverão realizar cirurgias entre 8h e 11h.

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