São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995
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Novidades

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

A primeira novidade do dia está no alto desta coluna. Muda de nome, em sintonia com a nova era que toma conta da F-1.
A segunda, muito mais dramática, se refere à morte de Ayrton Senna, ocorrida em maio do ano passado.
Um detalhe novo, que veio à luz somente depois que Michael Schumacher se espatifou nos treinos para o GP do Brasil.
Os últimos falatórios, em Buenos Aires, dão conta que o alemão testava em segredo um sistema de direção hidráulica em São Paulo.
O dispositivo falhou e Schumacher foi parar nos pneus. O caso acabou sendo relacionado com a tragédia de Imola e alguém, ligado ao inquérito, soltou que o mesmo teria acontecido com o brasileiro.
A falha na barra de direção, então, não seria a causa maior do acidente e, sim, a pane no sistema hidráulico.
A barra se rompeu, isto já é certo. Mas, por obra de Senna, que teria, no desespero, girado seu volante a ponto de romper o material da barra.
A hipótese é bastante verossímil e só confirma a certeza de que Senna era uma cobaia na mão dos engenheiros da Williams. Tinha-se o melhor piloto e era necessário ter também o melhor carro.
Não que ele não soubesse do risco que corria. Ele trabalhou, e muito, para sentar naquele carro. Mas a coisa, por alguns detalhes, não deu certo.

Na semana passada, neste mesmo espaço, foi dito que a FIA passaria por uma situação vexatória caso tivesse que voltar atrás nas punições a Schumacher e Coulthard.
A situação, agora, está bem mais complicada. A Elf veio a público e confirmou que a gasolina de Buenos Aires é a mesma que foi utilizada no Brasil.
Ou seja, lançou um desafio. A FIA terá que admitir que seus fiscais erraram no tal exame; ou afirmar que a Elf está mentindo.
A primeira saída é uma humilhação. A segunda, uma acusação séria que até pessoas de fora, como Ron Dennis, da McLaren, descartam.
De qualquer forma, o episódio prova, mais uma vez, que os fiscais e comissários da FIA trabalham com regras e uma boa dose de interpretação, que flutua no politicamente "correto" da categoria.
Sempre foi assim. A novidade é que nos últimos tempos o mar da F-1 está revolto demais. E precisa, como nunca, de uma calmaria.

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