São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995
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Câmara dos EUA julga deputado que teria revelado segredos da CIA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O deputado Robert Torricelli vai ser julgado por comissão de ética da Câmara dos EUA.
Ele é acusado de ter desrespeitado o juramento de nunca revelar o conteúdo de documentos secretos submetidos ao Congresso.
Torricelli denunciou no fim do mês passado que um coronel do Exército da Guatemala suspeito de ter assassinado um cidadão norte-americano em 1990 era agente da central de inteligência dos EUA (CIA) na época do crime.
O presidente Bill Clinton mandou que se apurasse a denúncia e ordenou o fim da ajuda financeira da CIA ao governo da Guatemala.
Torricelli, 43, pertence ao mesmo partido de Clinton (o Democrata) e desde 1983 representa na Câmara o nono distrito eleitoral de Nova Jersey (Costa Leste).
É o atual marido da modelo nicaraguense Bianca Jagger e, em parte por isso, tem se interessado por temas latino-americanos. Em 1994, convidou o então candidato à Presidência do Brasil Luis Inacio Lula da Silva para falar a um comitê da Câmara dos EUA.
O presidente da Câmara, Newt Gingrich, do partido de oposição a Clinton (o Republicano), havia pedido a expulsão de Torricelli da Comissão de Inteligência da Câmara por causa do incidente.
O deputado alega ter obtido a informação sobre o envolvimento do coronel Julio Roberto Alpirez com a CIA fora do Congresso.
O presidente da Comissão de Inteligência, Larry Combest (republicano), aceitou julgar Torricelli e não expulsá-lo sumariamente.

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