São Paulo, domingo, 9 de abril de 1995 |
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Capital privado tem oposição de PPR e PL
JOSÉ BONATO
Ele propõe vender 20% das ações da Ceterp (Centrais Telefônicas de Ribeirão Preto). Quer também transferir a empresários, através de concessão, a incumbência de construir uma estação para tratar o esgoto da cidade. A tarefa caberia ao Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto) e custaria R$ 30 milhões. O orçamento da prefeitura é de US$ 100 milhões. A Ceterp tem um desempenho equiparável ao de empresas de Primeiro Mundo. Em Ribeirão, existe uma média de 27,22 linhas de telefone para cada grupo de 100 habitantes (veja média norte-americana na reportagem ao lado). O patrimônio da empresa é avaliado em R$ 500 milhões, e seu faturamento anual é de R$ 94 milhões. Mesmo assim, o futuro da empresa está ameaçado, afirma o superintendente Ricardo Gorayeb, 46, se não houver a abertura do capital privado. "A empresa é eficiente enquanto é monopolista (está sozinha no mercado). Daqui a um, dois anos, com o fim do monopólio das telecomunicações, ela precisará de recursos e tecnologia para enfrentar a concorrência e expandir seu mercado", afirma. Na opinião de Gorayeb, o prefeito de Ribeirão "está um passo à frente do PT" ao defender a abertura de capital da empresa. O prefeito Palocci afirma que o dinheiro da venda das ações da Ceterp será investido em projetos de natureza social nas áreas da saúde, educação e meio ambiente. Já o Daerp não tem condições de construir a nova estação de tratamento de esgoto, disse a superintendente Isabel Bordini Pereira. "O tratamento do esgoto só é possível através de concessão", afirma. Segundo ela, 22% do faturamento anual de R$ 36 milhões do Daerp é reinvestido na empresa, o que considera pouco para uma cidade de 450 mil habitantes. A empresa leva água para 100% da população da cidade e coleta esgoto de 94%. Palocci diz que a idéia de desenvolver projetos de parceria com a iniciativa privada em áreas de competência exclusiva do município não estava no programa de governo da Frente Popular Democrática (PT-PSB-PSDB-PV-PPS), que o elegeu em 92. Uma votação recente na Câmara foi emblemática da mudança da política em Ribeirão. Com apoio do prefeito, vereadores derrubaram o artigo da Lei Orgânica do Município (uma espécie de Constituição municipal) que proibia que terceiros assumissem serviços da competência do Daerp. O dispositivo fora criação de Palocci quando era vereador. Votaram pela permanência do artigo vereadores do PPR, PL e do PSB. Texto Anterior: Capistrano defende sistema de parceria Próximo Texto: RIBEIRÃO PRETO Índice |
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