São Paulo, domingo, 9 de abril de 1995
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Globo defende associação

ELVIRA LOBATO; MÔNICA SANTANA; SÍLVIA QUEVEDO; HÉLCIO ZOLINI; MYRIAM VIOLETA; PAULO MOTA; CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Globo não concorda que esteja dominando o mercado de TV a cabo no Brasil. Antonio Athayde, diretor geral da Net Brasil, diz que a interligação das empresas que atuam no mercado acontece não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos e Europa.
Segundo ele, nenhuma empresa tem condição de arcar, sozinha, com os pesados investimentos necessários à construção das redes de cabo. Cada quilômetro de rede custa, em média, US$ 15 mil.
Ele avalia que a associação dos grandes grupos com empresários locais vai impedir que as pequenas operadoras de TV a cabo caiam em mãos de grupos estrangeiros. "É uma forma de barrar a desnacionalização, que começa a acontecer na Argentina", diz ele.
Luiz Claudio Alves, vice-presidente da Multicanal, diz que a TCI (maior operadora de TV a cabo dos EUA) e a Comcast (3ª do mercado norte-americano) estão comprando empresas na Argentina.
Segundo ele, a partir de 1998 acabará a reserva de mercado da telefonia naquele país e as empresas americanas estão interessadas em usar as redes de cabos das TVs para serviços telefônicos -interesse que também move os grupos que investem na área de cabo, no Brasil.
O executivo da Multicanal admite que o mercado de TV a cabo no Brasil ficou concentrado com a interligação dos grupos Globo, RBS e Multicanal e com a entrada dos três grupos em empresas menores, mas diz que o processo vai permitir a rápida expansão do serviço.
A Multicanal, segundo Luiz Claudio Alves, receberá 30% do empréstimo de US$ 125 milhões obtido pela Globo junto ao Banco Mundial (leia texto acima). Ele diz que a empresa já investiu US$ 80 milhões em redes de cabo e investirá igual valor até o final deste ano, especialmente na cidade de São Paulo.

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