São Paulo, domingo, 9 de abril de 1995
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Derrota do governo pode custar US$ 10 bi

JOSIAS DE SOUZA
DIRETOR-EXECUTIVO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Derrota do governo pode custar US$ 10 bi
Ônibus de FHC foi atingido por ovos, paus e pedras
Na última semana, o presidente Fernando Henrique Cardoso, 63, foi novamente submetido à evidência de que os maiores inimigos do governo são os aliados. Traído uma vez mais por parlamentares governistas, o presidente sofreu sua maior derrota no Congresso.
Num conluio entre oposicionistas, representantes da corporação ruralista e governistas insatisfeitos, o Congresso derrubou veto presidencial de Itamar Franco.
A decisão eliminou a incidência da TR (Taxa Referencial de Juros) sobre empréstimos a agricultores. Inicialmente, estimou-se um prejuízo de US$ 2,4 bilhões. Em seguida, o governo concluiu que, se tiver efeito retroativo, a derrubada do veto pode resultar em perda de US$ 7 bilhões a US$ 10 bilhões.
Num roteiro que se repete a cada semana, o presidente enfrentou outra manifestação anti-reformas constitucionais, desta vez em Recife (PE). O que distinguiu este de outros protestos foi a taxa de agressividade dos manifestantes.
O ônibus que transportava FHC foi alvejado por pedras, paus e ovos. Aconselhado por auxiliares a interromper o ciclo de viagens semanais, o presidente deu de ombros para a sugestão. Acha que os protestos levam desmoralização apenas aos seus organizadores.
Para tentar deslanchar a revisão constitucional, os líderes governistas marcaram para 18 de abril a primeira votação da emenda que desestatiza a comercialização de gás canalizado. Entre todas as emendas, é a menos polêmica.
Quanto à mais polêmica, a da Previdência, solidifica-se a impressão de que o governo só vai aprová-la se fizer profundas modificações no texto original.

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