São Paulo, domingo, 9 de abril de 1995 |
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João Paulo 2º garante lugar na história
MARCELO MUSA CAVALLARI
Advertido -a cada vez que se pronuncia- de que está se isolando e isolando a igreja do mundo moderno, poucas pessoas ocupam tanto a cena desse mesmo mundo quanto o bispo polonês de Roma. Nascido em Wadowice em 1920, Karol Wojtyla teve uma carreira quase romântica até chegar a arcebispo de Cracóvia. Foi mineiro, ator amador, autor de peças teatrais, estudante em um seminário clandestino durante a ocupação nazista da Polônia. Um ano depois do fim da guerra, em 1946, Wojtyla foi ordenado padre. Em 1953, já sob o regime comunista que ajudou a derrubar, Wojtyla se tornou professor de teologia moral. Dez anos depois era arcebispo de Cracóvia. Participando do Concílio Vaticano 2º, impressionou o papa Paulo 6º, que promoveu sua ascensão na cúpula da Igreja. Em 1978, Wojtyla se tornaria João Paulo 2º, sucessor de João Paulo 1º, papa por 34 dias. Desde o começo, João Paulo 2º mostrou sua disposição a emprestar vigor -até em suas aparições como esportista esquiando ou nadando- ao cargo que Paulo 6º havia tingido de um tom melancólico depois que se viu isolado, principalmente por causa da encíclica "Humanae vitae que condenou expressamente a contracepção. João Paulo 2º estabeleceu a imagem de defensor da ortodoxia, contra a idéia de que o Vaticano 2º representava apenas o início de uma reforma da igreja. Em maio de 1981, o papa sofreu um atentado a tiros na praça São Pedro. O crime nunca ficou esclarecido. Seu estilo de tomar e exigir posições claramente ortodoxas na igreja desagradaram grupos de teólogos, religiosos e leigos ligados a setores mais modernistas como a Teologia da Libertação. Texto Anterior: Papa assinou um hino à vida Próximo Texto: Bispo anglicano defende sacerdotes homossexuais Índice |
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