São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995
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Pulverização cria problemas

JOSÉ ROBERTO CAMPOS
DO ENVIADO ESPECIAL A JERUSALÉM

A natureza da atual crise argentina e mexicana é significativamente distinta da inadimplência geral deslanchada pelo México em 1982. A forma dos ataques especulativos gerados por uma economia globalizada é imprevisível e caótica, podendo gerar reações muito maiores que as que seriam justificadas pela situação econômica do país sob suspeita.
"Empréstimos e financiamentos dos bancos eram a forma de intermediação dominante no período 1977-81, tornando-se responsáveis por dois terços do total de capitais que fluíram para a América Latina", contabiliza o estudo do BID.
A pulverização dos investidores criou problemas bem maiores e mais difíceis de serem resolvidos que os da "crise da dívida" de 82. Segundo o estudo, não há hoje uma contrapartida aos antigos "comitê de bancos credores" dos anos 80.
Pior, as instituições internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, não estão preparadas para este papel, como demonstrou o megapacote de ajuda ao México. "Ele permanece controverso para criar sérias dúvidas de que possa ser repetido para qualquer outro país", conclui o estudo.

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