São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 1995 |
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Assentados bloqueiam estrada por duas horas em Tremembé
MARCOS MEIRELLES
O bloqueio foi feito em protesto contra o funcionamento do único depósito de lixo da cidade dentro da área desapropriada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e ocupada pelos trabalhadores. Cerca de 200 pessoas participaram do bloqueio, que aconteceu entre 9h30 e 11h30. Em seguida, os sem-terra foram em passeata até a prefeitura. Segundo o capitão da Polícia Militar, Flávio Costa, o bloqueio não afetou o tráfego na estrada, que tem pouco movimento e é usada principalmente por agricultores e fazendeiros da região. A área onde fica o assentamento pertencia à Petrobrás e foi desapropriada pelo Incra há dois meses. Foram desapropriados 1.300 hectares de terra -o que corresponde a 1.300 campos de futebol. As cem famílias assentadas decidiram, em assembléia, que não vão mais permitir a entrada dos caminhões de lixo na área. Dois caminhões foram impedidos de levar o lixo para o depósito na manhã de ontem. A prefeitura recolhe diariamente 13,8 toneladas de lixo. Segundo Deise Alves, líder do assentamento em Tremembé, o depósito tem provocado problemas de saúde aos trabalhadores e danos ao meio ambiente. Os sem-terra alegam que o contrato com a Petrobrás, que permitia à prefeitura depositar o lixo no local, perdeu a validade com a desapropriação da área. O Incra informou ontem que já pediu a remoção do lixão para outra área. Em reunião com uma comissão dos sem-terra, o prefeito Antonio Carlos Pereira (PMDB) disse que a prefeitura não tem outro local para depositar o lixo. Os sem-terra devem fazer uma nova assembléia hoje de manhã para a avaliar o prazo de 30 dias que a prefeitura pediu para solucionar o problema. Texto Anterior: Prefeitura de SP transfere dívida para o BB Próximo Texto: Sem-terra e fazendeiro entram em acordo em Paranapanema Índice |
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