São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995 |
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Páscoa intensifica farra do boi em Santa Catarina
SILVIA QUEVEDO
Na festa, o animal é perseguido pelos farristas e geralmente abatido para consumo no domingo de Páscoa. O governador Paulo Afonso Vieira (PMDB), 36, não autorizou o aumento do efetivo da PM para atendimento de ocorrências durante o feriado de Páscoa. "A farra será exercida livremente, dentro dos limites do respeito", afirmou o governador. Segundo o relações públicas da PM, Cláudio José Barros, 43, não houve registro de casos de violência neste ano (até ontem) e nem no ano passado. As entidades ambientalistas que condenam a festa estão resumidas à Acapra (Associação Catarinense de Proteção aos Animais), que perdeu todos os seus voluntários. Para a presidente da Acapra, Cristalma Papa, a violência pode fugir do controle da PM. "Muitas farras atravessam a madrugada e a polícia não está lá para ver", diz ela. O último confronto entre farristas e a PM ocorreu em 1988, quando, por ordem do então governador Pedro Ivo Campos, a PM reprimiu as manifestações. A festa acontece todos os anos entre o Carnaval e a Páscoa no litoral catarinense, mas se intensifica na Semana Santa. Consiste na perseguição aos bois dentro ou fora de mangueirões, como são chamados os cercados de madeira construídos para que a farra seja assistida como espetáculo. Na maioria dos municípios, no entanto, as perseguições ocorrem ao ar livre, onde o boi é instigado pelos farristas a se manter na perseguição, perseguindo-os. O boi é estimulado com varas, roupas e gritos. Há casos em que é apedrejado ou encurralado no mar, onde morre, muitas vezes sem poder sair da água. Texto Anterior: Klein quer passar rodovias a Estados Próximo Texto: Sobe! Índice |
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