São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Brasil tenta tetra no Mundial júnior

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil é o favorito para conquistar o 10º Campeonato Mundial de Futebol Júnior (até 20 anos), que começa hoje no Qatar, no Oriente Médio. A final será dia 28.
O time, dirigido por Jairo Leal, tem a seu favor o retrospecto e o fato de ser uma das poucas equipes de tradição que está com o time quase completo.
O Brasil é o atual campeão e busca o tetracampeonato. Venceu as competições em 83, 85 e 93. A única equipe que tem duas conquistas é Portugal, em 89 e 91.
Este Mundial prometia ser um dos melhores de toda a história da competição, mas foi esvaziado pelos desfalques.
A maioria deles é de jogadores europeus, cujos clubes se recusaram a cedê-los, por estarem nas últimas rodadas de seus campeonatos nacionais.
A Alemanha tem dez desfalques. Mas quem mais perdeu, em termos de qualidade, foi a Holanda. Estão ausentes dois candidatos ao título de melhor jogador do Mundial: o meia Clarence Seedorf e o atacante Patrick Kluivert.
Os dois são titulares do Ajax, de Amsterdã, semifinalista da Copa dos Campeões da Europa. Forte candidato ao título, o clube pressionou a federação holandesa e conseguiu liberá-los.
Kluivert, 19, e Seedorf, 18, têm credenciais de estrelas. O primeiro é o artilheiro do Campeonato Holandês, à frente do brasileiro Ronaldo, do PSV -que não foi convocado porque não mostrou interesse na competição.
O segundo é apontado como a maior promessa do futebol do país desde o meia Ruud Gullit. O meia Frank Rijkaard (companheiro de Gullit no Milan nos anos 80), que joga ao lado de Seedorf no Ajax, já o elegeu como seu sucessor tanto no clube, quanto na seleção.
Outros três jogadores importantes deste Mundial foram barrados por contusão. O brasileiro Emerson, do Grêmio, teve a perna quebrada no Campeonato Gaúcho. A Argentina perdeu o meia Marcelo Gallardo, que também está na seleção adulta. Portugal não terá Luís Peixe, o principal jogador do time.
Um outro obstáculo atinge igualmente todas as equipes: a precariedade da organização. Qatar foi indicado como sede há menos de um mês, depois de a Fifa ter retirado a sede da Nigéria, alegando falta de condições sanitárias.
Nessas três semanas, Qatar organizou um Mundial graças ao trabalho de voluntários. Mas alguns problemas não puderam ser solucionados. O pior deles é o estado dos gramados. "Estão bem ruins", disse o volante corintiano Zé Elias à Folha.

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