São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995
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Fornecedora admite uso de gasolina 'ilegal' em GP

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A petrolífera francesa Elf fez ontem um anúncio conjunto com Williams e Benetton para reconhecer que o combustível utilizado pelos times no GP do Brasil de F-1 era irregular.
O comunicado foi feito menos de 24 horas antes da apreciação do apelo das equipes, que será feito hoje por um tribunal independente na sede da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), em Paris.
Michael Schumacher, da Benetton, e David Coulthard, da Williams, foram desclassificados da corrida em Interlagos por terem utilizado um combustível não homologado junto à FIA.
A Elf reconheceu que houve um problema de "diferença no recolhimento das amostras" que são enviadas à FIA para homologação.
Com os dados destas amostras é que a entidade verifica, durante as corridas, se o combustível utilizado corresponde ao homologado.
Além disso, a Elf afirmou que os procedimentos de fiscalização adotados pela FIA "estavam corretos".
Palavras bem diferentes das que foram utilizadas pela companhia na última sexta-feira, em Buenos Aires, por ocasião do GP da Argentina.
Naquela dia, a Elf fez um estardalhaço para anunciar que forneceria a mesma gasolina utilizada no GP do Brasil.
Chamou os fiscais de "inexperientes" e os procedimentos da FIA, de "negligentes".
Flavio Briatore, diretor da Benetton, chegou a afirmar que entraria na Justiça comum contra a FIA caso Schumacher não fosse declarado vencedor da prova de São Paulo. A mesma ameaça foi feita pela Elf.
O tom do anúncio de ontem era de retratação. "Algumas declarações feitas pela Elf foram baseadas em informações recebidas antes de conhecidos os resultados de novas análises".
Em um outro anúncio, feito em conjunto, Williams e Benetton afirmaram que "nunca duvidaram que a FIA agiu no melhor interesse do esporte".
Toda essa mudança de discurso parece confirmar que as três partes perceberam que iriam ter seus apelos negados no julgamento de hoje em Paris.
O recuo serviria para atenuar as penas a que estariam sujeitas, caso permanecessem irredutíveis em suas posições.
A FIA, ao saber do recuo, afirmou que os dois times "quebraram uma regra". Segundo a entidade, não houve má fé, o que poderia determinar a exclusão de Williams e Benetton do campeonato.
"Só podemos afirmar que houve um erro técnico ou negligência", declarou a FIA.
Quanto às declarações da Elf feitas em Buenos Aires, a FIA considerou o episódio "lamentável, feito apenas para aumentar a confusão sobre o assunto".

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