São Paulo, quinta-feira, 13 de abril de 1995 |
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Conservadorismo dá o tom em Nova York
ERIKA PALOMINO
A organização contrastante com o caótico modo parisiense de fazer desfile ajuda a sensação de tédio fashion e fica no ar uma leve sensação de nada tanto assim. Será que "tudo" já foi feito antes em Milão e Paris? Quem saiu disso marcou pontos e conseguiu mais espaço na mídia -frenética para que engrene o movimento da moda americana. Para se ter uma idéia, junto aos patrocinadores oficiais da semana de desfiles, o "The New York Times" e as revistas importantes. Afora a questão do estilo, há ainda uma atitude por parte dos estilistas em não chocar o gosto médio dessa imprensa e de seus compradores -outro contraste com Paris. Ninguém quer correr o risco de assustar e ficar sem vender. Tudo é comercial, prático, usável. Outro aspecto importante é a ausência das supermodels. Não se ouviu falar de Nadja Auermann ou Claudia Schiffer. Linda e Naomi fizeram um par de desfiles cada. "Essas roupas precisam das supermodels!", bradou em certo momento o jornal "WWD", contra a iniciativa das marcas para não explodir os custos dos desfiles. Onde está a graça, então? Em Marc Jacobs, Anna Sui, Miu Miu, Richard Tyler, Isaac Mizrahi, mais os gigantes Ralph Lauren, Donna Karan e Calvin Klein. Jacobs, conhecido como o homem que levou o grunge às passarelas, avança no território do "mod", o estilo cool que encheu as ruas de Londres a partir do início dos anos 60. Os jovens dândis de classe média interpretados por Jacobs vêm com bom tratamento na lã e nos caimentos, nas calças baixas e nos suéteres estreitos. Mas é Sui quem mais brilha no mod, em contraposição a um look de rock 70. A estrutura das roupas é reta, estreita e simples, justificando o uso dos sintéticos. Miu Miu, segunda marca da midas européia Miuccia Prada, traz a melhor cartela de cores, do gelo ao bege, do amarelinho ao rosa bebê. Se em geral as formas lembram a marca-mãe Prada, os twin-sets, casacos e mantôs têm identidade e jovialidade à toda prova. Saindo dos modernos, Tyler, Mizrahi e Lauren querem conquistar com roupa bem-feita e clássica, no sentido de atemporal, sem maiores invencionices. Karan e Klein, reis do mercado, são pura estética e proporção. Forçam na simplicidade intelectualizada e formal, sobretudo nos vestidos inexoravelmente pretos. O melhor de tudo: Linda de cabelo castanho e franjão; as calças bem estreitas e mais curtas, as mangas pelo meio do braço. Ah, e o náilon, o couro, o mod... Texto Anterior: Brad Pitt aproveita a fama de "selvagem" Próximo Texto: Me segura que eu vou botar ovo quadrado Índice |
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